Por Reinaldo Azevedo
“Não é o meu nome, é o nome de um crustáceo. Pensei que só tinha lula pequena, aquela que a gente faz isca, esses dias vi que tem lula de 17 m, a lula colossal”.
A fala acima é do Babalorixá de Banânia, numa saudação a Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. Ele se referia ao fato de que a empresa rebatizou os poços de petróleo de Tupi e Iracema: agora eles se chamam “Campo de Lula”. Segundo a Petrobras, as duas áreas têm um volume recuperável de 8,3 bilhões de barris de óleo.
A lula é um molusco, não um crustáceo, e Lula é presidente da República, não um vulto da nossa história. A lei proíbe que áreas públicas sejam batizadas com nomes de pessoas vivas. A desculpa, no caso, é que a Petrobras sempre recorre a nomes marinhos…
Há, assim, a decisão deliberada de escarnecer da lei, recorrendo a um truquezinho vigarista. Nada que não esteja à altura de Gabrielli, o presidente da Petrobras que se entregou, nas eleições, ao mais descarado proselitismo.
Uma mão suja a outra… de óleo. Ontem, depois da “homenagem”, o Babalorixá anunciou a permanência de Gabrielli no cargo. Não esperou que Dilma Rousseff o fizesse. Nomeia quem manda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário