O subcomandante da Polícia Militar do Acre, coronel Paulo César, explicou ao jornal A Tribuna, edição desta sexta-feira, por que a imprensa foi impedida de cobrir a desocupação do conjunto habitacional Ilson Ribeiro 2. O militar martelou a cantilena de que os jornalistas, mantidos distantes do confronto, foram poupados do perigo. Adiante.
Segundo o coronel, os tiros com balas de borracha foram direcionados para o alto, apesar de os PMs terem sido recebidos a pedradas pelos invasores. E que os atendimentos médicos se restringiram a um senhor com arranhões no cotovelo, que teria caído na confusão, e a duas mulheres com problemas de glicemia em decorrência da falta de alimentação.
Ao comparar o despejo no Ilson Ribeiro com a ocupação dos morros no Rio de Janeiro, questão suscitada por um repórter, Paulo César disse que no primeiro caso os jornalistas receberam treinamento, e que no outro a medida cautelar de lhes preservar de possíveis riscos se deu justo pela ausência de preparo. Como muita arbitrariedade já foi cometida em nome de aparentes boas intenções, o argumento soa enganoso. Jornalistas precisam ter, por exemplo, muito cuidado ao noticiar fatos que possam atrapalhar o trabalho da polícia, como esta não deveria (trata-se de um preceito constitucional) impedir ou dificultar a atuação da imprensa.
Ao dizer que nenhum jornalista foi proibido de entrevistar os desalojados, Paulo César insinua uma transigência que não atenua o arbítrio anterior. E ao afirmar que entre os invasores havia um procurado pela Justiça, parece querer emprestar ao fato um perigo que não cabe no conjunto. Tudo em nome de um governo que ordenou a censura e agora parece ditar a linha de argumentação.
Pessoas se machucam a todo momento, em qualquer lugar. Muitas ruas e avenidas de uma Rio Branco cujo trânsito é tão violento podem ser infinitas vezes mais perigosas que um confronto entre invasores e a polícia. E no entanto não vemos 350 policiais militares ordenando o tráfego de veículos em nome da integridade física de pedestres e ciclistas.
Aceito o argumento de que a Polícia Militar cumpriu a sua obrigação. Da mesma forma, a imprensa deveria ter feito a parte dela.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Na versão do governo sobre a desocupação, só faltaram as flores
Como era previsto, a desocupação das casas do Ilson Ribeiro deu o que falar. Bem menos que as idiossincrasias do deputado Jair Bolsonaro, é verdade, prova de que pelo menos no Twitter repercute bem mais uma injúria a homossexual que um tiro com bala de borracha em criança sem-teto.
O pessoal do governo escreveu release em que só faltou dizer que a PM levou flores ao pessoal da invasão. E o Sindicato dos Jornalistas do Acre emitiu uma nota fajuta, segundo a qual a responsabilidade da censura imposta aos jornalistas é do comando da Polícia Militar.
Não custa lembrar que daqui a alguns meses, quando em data próxima ao dia da eleição eles forem entregar as casas do conjunto habitacional, a imprensa será bem vinda.
O pessoal do governo escreveu release em que só faltou dizer que a PM levou flores ao pessoal da invasão. E o Sindicato dos Jornalistas do Acre emitiu uma nota fajuta, segundo a qual a responsabilidade da censura imposta aos jornalistas é do comando da Polícia Militar.
Não custa lembrar que daqui a alguns meses, quando em data próxima ao dia da eleição eles forem entregar as casas do conjunto habitacional, a imprensa será bem vinda.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Em nome da "segurança" dos jornalistas, governo do PT insulta a Constituição
A justificativa de que a ação da polícia no Ilson Ribeiro 2 não poderia ser acompanhada pela imprensa em nome da segurança dos jornalistas se configurou em acinte à inteligência do mais estulto entre nós. E em nome da suposta integridade física dos profissionais de comunicação, o governo do Acre escoiceou a Constituição Federal, impedindo o direito à informação.
Quando me disseram que a secretária do Comunicação do Governo do Acre, Mariama Morena, havia usado essa desculpa para justificar a censura, lembrei que repórteres vão à guerra desde a batalha de Solferino, no norte da Itália, em 1859.
Ao argumento de que as câmeras poderiam accirrar os ânimos dos invasores se sobrepõe a evidência de que a presença da imprensa pode conter a violência policial. E no afã de ocultar da população os excessos naturais de eventos como o do Ilson Ribeiro, o governo esqueceu que a inexistência do registro validaria a versão dos invasores. E para piorar o quadro, às declarações de que a desocupação fora feita de forma pacífica se seguiram os relatos de agressão - inclusive a grávidas e crianças - e as imagens de pessoas feridas.
Há quem, cínica e descaradamente, ponha na conta da Justiça os excessos inevitáveis no Ilson Ribeiro. Mas não foram os juízes que mandaram impedir a imprensa de cumprir o seu papel. Os magistrados, ao que parece, seguem defendendo as leis.
Imagens feitas pelo fotógrafo Dhárcules Pinheiro.
Quando me disseram que a secretária do Comunicação do Governo do Acre, Mariama Morena, havia usado essa desculpa para justificar a censura, lembrei que repórteres vão à guerra desde a batalha de Solferino, no norte da Itália, em 1859.
Ao argumento de que as câmeras poderiam accirrar os ânimos dos invasores se sobrepõe a evidência de que a presença da imprensa pode conter a violência policial. E no afã de ocultar da população os excessos naturais de eventos como o do Ilson Ribeiro, o governo esqueceu que a inexistência do registro validaria a versão dos invasores. E para piorar o quadro, às declarações de que a desocupação fora feita de forma pacífica se seguiram os relatos de agressão - inclusive a grávidas e crianças - e as imagens de pessoas feridas.
Há quem, cínica e descaradamente, ponha na conta da Justiça os excessos inevitáveis no Ilson Ribeiro. Mas não foram os juízes que mandaram impedir a imprensa de cumprir o seu papel. Os magistrados, ao que parece, seguem defendendo as leis.
Imagens feitas pelo fotógrafo Dhárcules Pinheiro.
Interconexão
Tem que combinar
Governo manda publicar nos jornais que a Secretaria de Segurança Pública tem agora um “plano consistente, integrado e com forte uso de estratégias de inteligência” para conter a criminalidade. Beleza. Falta agora combinar com o pessoal da PM a execução da coisa.
Leia aqui a coluna Prisma .
Governo manda publicar nos jornais que a Secretaria de Segurança Pública tem agora um “plano consistente, integrado e com forte uso de estratégias de inteligência” para conter a criminalidade. Beleza. Falta agora combinar com o pessoal da PM a execução da coisa.
Leia aqui a coluna Prisma .
Explicação necessária (mas se não for suficiente, eu posso desenhar)
Partidários do senador Sérgio Petecão (hoje PMN, amanhã PSD) continuam a se indignar ante as ideias expostas aí abaixo, no post Pastel de Vento. Criam, ingenuamente, que este blog se destinava a defender os membros da oposição contra o governo dos petralhas, não importando a dimensão de suas estultícies nem o mau-caratismo de suas ações. Ledo engano.
Alguns ameaçam não voltar, no que fazem um favor a si mesmos, já que pouco devem compreender do que escrevo aqui. Um até me xinga antes de dizer que saltará ao Blog do Altino, o que acho mais do que saudável e aproveito para recomendar que leve junto a pergunta sobre o que acha meu colega jornalista do honorável senador.
Aos defensores do Sr. Sérgio Petecão fique claro que não ajo como os companheiros de camarinha do PT, que outrora se referiam aos desafetos com os adjetivos mais aviltantes e agora fazem questão de mostrar que o casamento é de papel passado (entendo, porém, o esforço dos que se unem em matrimônio a prostitutas e se esfalfam para apresentá-las como honestas senhoras).
Isso significa que não me obrigo a defender as ideias de quem se alinha comigo ideologicamente, sobretudo quando essa ideologia se desfaz mal o sujeito pisa no aeroporto de Brasília. Se algo me distingue dessa gente do governo (e é claro que por lá há as exceções), é não emitir juízos de valor sobre as pessoas baseado em minhas ralações políticas momentâneas.
Há parlamentares da base governista por quem nutro respeito, assim como há os da oposição cuja conduta faço mais que deplorar. Isso tem ficado bem claro por aqui e não obstante alguns desafetos que se vão formando nas duas pontas, acaba por se constituir em distinção. E a fidelidade dos leitores devidamente esclarecidos, independente do lado em que estejam da gangorra, comprova o que digo.
Alguns ameaçam não voltar, no que fazem um favor a si mesmos, já que pouco devem compreender do que escrevo aqui. Um até me xinga antes de dizer que saltará ao Blog do Altino, o que acho mais do que saudável e aproveito para recomendar que leve junto a pergunta sobre o que acha meu colega jornalista do honorável senador.
Aos defensores do Sr. Sérgio Petecão fique claro que não ajo como os companheiros de camarinha do PT, que outrora se referiam aos desafetos com os adjetivos mais aviltantes e agora fazem questão de mostrar que o casamento é de papel passado (entendo, porém, o esforço dos que se unem em matrimônio a prostitutas e se esfalfam para apresentá-las como honestas senhoras).
Isso significa que não me obrigo a defender as ideias de quem se alinha comigo ideologicamente, sobretudo quando essa ideologia se desfaz mal o sujeito pisa no aeroporto de Brasília. Se algo me distingue dessa gente do governo (e é claro que por lá há as exceções), é não emitir juízos de valor sobre as pessoas baseado em minhas ralações políticas momentâneas.
Há parlamentares da base governista por quem nutro respeito, assim como há os da oposição cuja conduta faço mais que deplorar. Isso tem ficado bem claro por aqui e não obstante alguns desafetos que se vão formando nas duas pontas, acaba por se constituir em distinção. E a fidelidade dos leitores devidamente esclarecidos, independente do lado em que estejam da gangorra, comprova o que digo.
Ideias desbotadas pelo uso
Cabelos brancos não são o único indício de envelhecimento. Na política, mais do que eles, percebe-se a perda do viço do sujeito pela repetição ad nauseam das mesmas ideias. É o caso do senador Jorge Viana, cujo discurso em favor do "uso inteligente da floresta" não nos reserva nenhuma novidade.
Desde que se elegeu governador do Estado pela primeira vez, em 1999, nosso bonaparte de barranco vem repetindo a mesma cantilena de que é preciso usar os recursos naturais de forma racional. E lá se vão mais de 12 anos em que nada mudou para aqueles que ainda se movem no Acre do começo do século 20. Basta irmos a um seringal para constatarmos a realidade de penúnria em que se encontram nossos "brabos".
Enquanto prega a manutenção da floresta (uma defesa necessária, ainda que de uma obviedade tamanha que não precisaria mais ser empunhada como bandeira política), o senador petista finge ignorar que a verdadeira ascensão social não se deu entre os que ajudam a preservar o patrimônio natural - mas para aqueles que seguem pendurados no cabideiro estatal e se põem a produzir nos gabinetes refrigerados essas firulas que ainda somos obrigados a engolir após doze longos anos.
Desde que se elegeu governador do Estado pela primeira vez, em 1999, nosso bonaparte de barranco vem repetindo a mesma cantilena de que é preciso usar os recursos naturais de forma racional. E lá se vão mais de 12 anos em que nada mudou para aqueles que ainda se movem no Acre do começo do século 20. Basta irmos a um seringal para constatarmos a realidade de penúnria em que se encontram nossos "brabos".
Enquanto prega a manutenção da floresta (uma defesa necessária, ainda que de uma obviedade tamanha que não precisaria mais ser empunhada como bandeira política), o senador petista finge ignorar que a verdadeira ascensão social não se deu entre os que ajudam a preservar o patrimônio natural - mas para aqueles que seguem pendurados no cabideiro estatal e se põem a produzir nos gabinetes refrigerados essas firulas que ainda somos obrigados a engolir após doze longos anos.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Poesia estatal
"Com patinhas ágeis e fortes, tracajás e iaçás correm para a liberdade ganhando o rio Abunã como presente".
Primeira frase de um texto da agência estatal de notícias sobre a soltura de quelônios no seringal Porto Dias, no sábado, da qual participou o governador Tião Viana. Felizmente, o repórter-poeta não se pôs a contar sobre o alvoroço da flora e o regozijo da fauna ante um evento cuja descrição exigiu exatos 646 vocábulos, entre os quais os do senador sem votos Aníbal Diniz, do PT, para quem "um gesto vale mais que muitas palavras".
Primeira frase de um texto da agência estatal de notícias sobre a soltura de quelônios no seringal Porto Dias, no sábado, da qual participou o governador Tião Viana. Felizmente, o repórter-poeta não se pôs a contar sobre o alvoroço da flora e o regozijo da fauna ante um evento cuja descrição exigiu exatos 646 vocábulos, entre os quais os do senador sem votos Aníbal Diniz, do PT, para quem "um gesto vale mais que muitas palavras".
Papagaio velho
Após alguma resistência, resolvi criar uma conta no Twitter. A razão é uma só: trazer mais leitores para este blog. Espero aumentar a audiência que, nesta segunda, por conta da chamada no site ac24horas, chegou a quase 700 acessos únicos.
Sofro com a linguagem cifrada dos tuiteiros. E, pouco afeito à ferramenta, sinto dificuldade em entender seu funcionamento. Persistirei, porém. Com isso quero provar que papagaio velho pode aprender a falar.
Para me seguir por lá, @Archibaldo1973.
Sofro com a linguagem cifrada dos tuiteiros. E, pouco afeito à ferramenta, sinto dificuldade em entender seu funcionamento. Persistirei, porém. Com isso quero provar que papagaio velho pode aprender a falar.
Para me seguir por lá, @Archibaldo1973.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Pastel de vento
Sérgio Petecão (PMN) é um pastel de vento. Se lhe abrirem o crânio com uma cutilada, de lá deverá saltar no máximo uma azeitona murcha. Sempre que abre a boca, diz uma bobagem. Em poucas palavras ao repórter Itaan Arruda, do jornal A Gazeta, edição desta sexta, o senador acreano mostrou toda a sinuosidade dos seus raciocínios.
Petecão vai trocar o PMN pelo PSD, de Kassab, porque pretende atuar em um partido maior. É o que ele diz. É o que gostaria que acreditássemos. Ele também não considera incoerência apoiar Dilma Rousseff em Brasília e chegar ao Acre com pose de líder ao qual se destina a incumbência de unificar a oposição. É do que ele se ufana. E é no que nós, os retardados, deveríamos acreditar.
O senador Petecão acha que na oposição a disputa à prefeitura da Capital já se polarizou entre o deputado federal Marcio Bittar e Tião Bocalom. Para ele, é “um desrespeito” ao PMDB e à liderança de Flaviano Melo. Como cada partido decide primeiro o que fará em sua cozinha para depois sentar-se à sala dos aliados, é desnecessário dizer o que penso desse comentário idiota.
Toda vez que ouço Petecão, me lembro do quanto os livros são importantes.
Petecão vai trocar o PMN pelo PSD, de Kassab, porque pretende atuar em um partido maior. É o que ele diz. É o que gostaria que acreditássemos. Ele também não considera incoerência apoiar Dilma Rousseff em Brasília e chegar ao Acre com pose de líder ao qual se destina a incumbência de unificar a oposição. É do que ele se ufana. E é no que nós, os retardados, deveríamos acreditar.
O senador Petecão acha que na oposição a disputa à prefeitura da Capital já se polarizou entre o deputado federal Marcio Bittar e Tião Bocalom. Para ele, é “um desrespeito” ao PMDB e à liderança de Flaviano Melo. Como cada partido decide primeiro o que fará em sua cozinha para depois sentar-se à sala dos aliados, é desnecessário dizer o que penso desse comentário idiota.
Toda vez que ouço Petecão, me lembro do quanto os livros são importantes.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Consideração sobre a morte
Tem gente que nasceu pra brilhar. Outros, pra coadjuvar. Até na hora da morte:
Morre Elizabeth Taylor, uma das grandes divas do cinema
Morre aos 83 anos a atriz Liana Duval
Morre Elizabeth Taylor, uma das grandes divas do cinema
Morre aos 83 anos a atriz Liana Duval
terça-feira, 22 de março de 2011
Rio Branco: a capital sem vida
Sérgio Torres dos Santos
No último domingo, ao retornar de uma noite de trabalho no carnaval 2011, ao passar exatamente pelo centro da cidade, fui surpreendido por dois fortes sentimentos: nostalgia e revolta. De acordo com o dicionário Houaiss 2011, nostalgia é um substantivo feminino, cujos significados são melancolia profunda causada pelo afastamento da terra natal, distúrbios comportamentais ou sintomas somáticos provocados pelo afastamento da terra natal, do seio da família e pelo anseio extremo de a eles retornar e saudade de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter, desejo de se voltar ao passado.
Considero pertinente para essa reflexão a última definição dada ao termo nostalgia, a saber, saudade de algo.
Quando tinha 16 anos, trabalhava pelo centro da cidade vendendo charutos e refrescos com duas finalidades: conseguir o dinheiro da entrada do Cine Rio Branco (contava as horas para assistir aos filmes dos Trapalhões e de Artes Marciais, principalmente com Bruce Lee) e comprar o ingresso para a Danceteria Rio Branco, que ficava ao lado do cinema. Na festa, dançava ao som de Madonna, o amigo leitor mais maduro deve lembrar-se da inesquecível canção Papa Don’t Preach e Holiday de Madonna e do intervalo em que tocavam as inesquecíveis músicas românticas, grande Jimmy Clyf e sua memorável música Now End Forever. Ao fim da festa, íamos para a praça defronte ao quartel da PM e lá ficávamos até altas horas conversando e namorando. Lembro-me de que na maioria das vezes retornava para casa a pé, pois como disse o dinheiro que ganhava com as minhas vendas dava mal para as entradas, raríssimos sacos de pipoca e poucas latas de refrigerantes (nunca fui fã de bebida alcóolica).
O centro da cidade tinha vida: havia vendedores ambulantes, pessoas nas paradas de ônibus, jogos de futebol no velho Estádio José de Melo, bailes no Esborba, Danceteria no Vasco da Gama, pais passeando e tirando fotos com seus filhos, pessoas saindo da Catedral, enfim, Rio Branco era uma cidade que acontecia nas noites de domingo.
E antes que alguém me questione sobre a violência na época, a quantidade de gangues que vinham dos bairros periféricos, as brigas dentro dos clubes e a depredação do patrimônio público, devo lembrar ao leitor mais desatento que ela sempre existiu e continuará existindo. Naquele tempo, alguém era furado porque insultava um membro de uma gangue rival. Hoje, uma mãe de família é assassinada pela filha só porque esta ficou estressada.
Passo a falar do segundo sentimento, a revolta, que prefiro não apresentar o seu significado de dicionário, uma vez que esse qualquer cidadão escolarizado ou não compreende muito bem.
Era mais ou menos três horas da manhã quando passei próximo à antiga danceteria Rio Branco. Parei e estacionei o meu veículo, fiquei olhando para o local e lembrando os momentos felizes de minha adolescência.
Por que este clube está fechado em pleno domingo de carnaval? Havia a pouco tempo bailes de carnaval para crianças e adultos. Era uma grande alegria. Os clubes completamente ornamentados, o mercado aquecido, fantasias e máscaras dos mais variados tipos eram vendidas.
O que aconteceu? O povo deixou de gostar de carnaval? Os empresários faliram? Os clubes quebraram? Os tempos são outros, as crianças modernas já não são tão crianças assim que não precisam de um espaço só para elas?
A grande questão, e grave, é que nos últimos anos, o centro da cidade de Rio Branco passou a não pertencer às pessoas, ao cidadão que trabalha a semana inteira e paga seus impostos, mas aos governantes que, temerosos por danos causados ao patrimônio que eles utilizam para enaltecer seus egos como a Praça Plácido de Castro, a Biblioteca Pública, o Palácio Rio Branco, o Museu dos Autonomistas, a Estátua de Chico Mendes e sobre a diabólica alegação de que esses bens públicos seriam destruídos caso houvesse atividades de grande concentração popular, as pessoas mais humildes são desterradas para os mais longínquos lugares e se quiserem participar de festas como o carnaval deverão esperar horas a fio os péssimos ônibus que circulam na cidade ou mesmo caminharem quilômetros para chegarem ao local da festa.
É hora de se questionar de quem é a palavra final: da população com o seu direito de e ir e vir, com o seu direito de ter opções variadas para que possa fazer as melhores escolhas ou de uma visão estatal monocrática que decide tudo sem consultar ninguém?
O centro de Rio Branco aos domingos à noite deve voltar a ser o que era no passado: um local com festas, cinemas, teatros, apresentações culturais e outras opções de lazer.
Se, no futuro, houver depredações do patrimônio público, não é porque voltamos aos tempos das danceterias e das gangues, e sim porque a educação dada em algumas famílias e nas escolas acreanas é falida, incapaz de ensinar valores mais elementares como respeito e cidadania, que dirá ensinar a ler e não decifrar letras, ensinar a analisar o mundo, compreendê-lo e modificá-lo.
Sérgio Torres dos Santos é ex-vendedor de refrescos e charutos, ex-frequentador da Danceteria Rio Branco, ex-componente de grupo de dança, ex-professor da Universidade Federal do Acre, ex- professor aprovado em 1º lugar da Fundação Bradesco de Rio Branco, especialista em Educação pela Universidade Católica de Goiás, bacharelando em Direito pela Faculdade Barão do Rio Branco.
No último domingo, ao retornar de uma noite de trabalho no carnaval 2011, ao passar exatamente pelo centro da cidade, fui surpreendido por dois fortes sentimentos: nostalgia e revolta. De acordo com o dicionário Houaiss 2011, nostalgia é um substantivo feminino, cujos significados são melancolia profunda causada pelo afastamento da terra natal, distúrbios comportamentais ou sintomas somáticos provocados pelo afastamento da terra natal, do seio da família e pelo anseio extremo de a eles retornar e saudade de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter, desejo de se voltar ao passado.
Considero pertinente para essa reflexão a última definição dada ao termo nostalgia, a saber, saudade de algo.
Quando tinha 16 anos, trabalhava pelo centro da cidade vendendo charutos e refrescos com duas finalidades: conseguir o dinheiro da entrada do Cine Rio Branco (contava as horas para assistir aos filmes dos Trapalhões e de Artes Marciais, principalmente com Bruce Lee) e comprar o ingresso para a Danceteria Rio Branco, que ficava ao lado do cinema. Na festa, dançava ao som de Madonna, o amigo leitor mais maduro deve lembrar-se da inesquecível canção Papa Don’t Preach e Holiday de Madonna e do intervalo em que tocavam as inesquecíveis músicas românticas, grande Jimmy Clyf e sua memorável música Now End Forever. Ao fim da festa, íamos para a praça defronte ao quartel da PM e lá ficávamos até altas horas conversando e namorando. Lembro-me de que na maioria das vezes retornava para casa a pé, pois como disse o dinheiro que ganhava com as minhas vendas dava mal para as entradas, raríssimos sacos de pipoca e poucas latas de refrigerantes (nunca fui fã de bebida alcóolica).
O centro da cidade tinha vida: havia vendedores ambulantes, pessoas nas paradas de ônibus, jogos de futebol no velho Estádio José de Melo, bailes no Esborba, Danceteria no Vasco da Gama, pais passeando e tirando fotos com seus filhos, pessoas saindo da Catedral, enfim, Rio Branco era uma cidade que acontecia nas noites de domingo.
E antes que alguém me questione sobre a violência na época, a quantidade de gangues que vinham dos bairros periféricos, as brigas dentro dos clubes e a depredação do patrimônio público, devo lembrar ao leitor mais desatento que ela sempre existiu e continuará existindo. Naquele tempo, alguém era furado porque insultava um membro de uma gangue rival. Hoje, uma mãe de família é assassinada pela filha só porque esta ficou estressada.
Passo a falar do segundo sentimento, a revolta, que prefiro não apresentar o seu significado de dicionário, uma vez que esse qualquer cidadão escolarizado ou não compreende muito bem.
Era mais ou menos três horas da manhã quando passei próximo à antiga danceteria Rio Branco. Parei e estacionei o meu veículo, fiquei olhando para o local e lembrando os momentos felizes de minha adolescência.
Por que este clube está fechado em pleno domingo de carnaval? Havia a pouco tempo bailes de carnaval para crianças e adultos. Era uma grande alegria. Os clubes completamente ornamentados, o mercado aquecido, fantasias e máscaras dos mais variados tipos eram vendidas.
O que aconteceu? O povo deixou de gostar de carnaval? Os empresários faliram? Os clubes quebraram? Os tempos são outros, as crianças modernas já não são tão crianças assim que não precisam de um espaço só para elas?
A grande questão, e grave, é que nos últimos anos, o centro da cidade de Rio Branco passou a não pertencer às pessoas, ao cidadão que trabalha a semana inteira e paga seus impostos, mas aos governantes que, temerosos por danos causados ao patrimônio que eles utilizam para enaltecer seus egos como a Praça Plácido de Castro, a Biblioteca Pública, o Palácio Rio Branco, o Museu dos Autonomistas, a Estátua de Chico Mendes e sobre a diabólica alegação de que esses bens públicos seriam destruídos caso houvesse atividades de grande concentração popular, as pessoas mais humildes são desterradas para os mais longínquos lugares e se quiserem participar de festas como o carnaval deverão esperar horas a fio os péssimos ônibus que circulam na cidade ou mesmo caminharem quilômetros para chegarem ao local da festa.
É hora de se questionar de quem é a palavra final: da população com o seu direito de e ir e vir, com o seu direito de ter opções variadas para que possa fazer as melhores escolhas ou de uma visão estatal monocrática que decide tudo sem consultar ninguém?
O centro de Rio Branco aos domingos à noite deve voltar a ser o que era no passado: um local com festas, cinemas, teatros, apresentações culturais e outras opções de lazer.
Se, no futuro, houver depredações do patrimônio público, não é porque voltamos aos tempos das danceterias e das gangues, e sim porque a educação dada em algumas famílias e nas escolas acreanas é falida, incapaz de ensinar valores mais elementares como respeito e cidadania, que dirá ensinar a ler e não decifrar letras, ensinar a analisar o mundo, compreendê-lo e modificá-lo.
Sérgio Torres dos Santos é ex-vendedor de refrescos e charutos, ex-frequentador da Danceteria Rio Branco, ex-componente de grupo de dança, ex-professor da Universidade Federal do Acre, ex- professor aprovado em 1º lugar da Fundação Bradesco de Rio Branco, especialista em Educação pela Universidade Católica de Goiás, bacharelando em Direito pela Faculdade Barão do Rio Branco.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Pobre Jordão
O Hospital da Família, no Jordão, não dispõe de refeições e medicamentos para oferecer aos pacientes. A denúncia foi feita por uma funcionária do município. Ela pediu para não ter o nome revelado por temer represálias.
Sem alimentos no hospital, o médico local tem evitado internar os pacientes. Nos casos em que o tratamento não pode ser feito em casa, os parentes do interno são encarregados de fornecer as refeições.
Liguei para a Prefeitura do Jordão e não consegui falar com o prefeito Hilário de Holanda Melo, do PT. A secretária de Saúde do município também não foi encontrada para dar explicações sobre a denúncia.
O diretor do hospital, Raimundo Aragão, não foi localizado durante todo o dia de ontem. A primeira ligação para o número 3464-1042 foi feita às 10h42. A segunda, às 14h46. E a última às 17h28, quando informaram que Aragão já havia encerrado o expediente.
Pelo jeito não faltam apenas comida e remédio no Hospital da Família.
Pobre Jordão.
Sem alimentos no hospital, o médico local tem evitado internar os pacientes. Nos casos em que o tratamento não pode ser feito em casa, os parentes do interno são encarregados de fornecer as refeições.
Liguei para a Prefeitura do Jordão e não consegui falar com o prefeito Hilário de Holanda Melo, do PT. A secretária de Saúde do município também não foi encontrada para dar explicações sobre a denúncia.
O diretor do hospital, Raimundo Aragão, não foi localizado durante todo o dia de ontem. A primeira ligação para o número 3464-1042 foi feita às 10h42. A segunda, às 14h46. E a última às 17h28, quando informaram que Aragão já havia encerrado o expediente.
Pelo jeito não faltam apenas comida e remédio no Hospital da Família.
Pobre Jordão.
quinta-feira, 17 de março de 2011
O blog da dona Maria
Depois de uma enxurrada de críticas ao orçamento milionário (R$ 1,8 milhão, para ser exato) do blog da cantora Maria Bethânia, os idealizadores da coisa resolveram cortar gastos, conforme matéria desta quinta no G1.
O projeto ficará em míseros R$ 1,3 milhão e foi batizado com o sugestivo nome de "O mundo precisa de poesia". Como a dinheirama necessária à execução sairá dos cofres públicos, já que os patrocinadores do blog de dona Maria terão descontos nos impostos segundo permite a Lei Rouanet, a iniciativa poderia ser rebatizada para algo como "A patuleia precisa financiar-me a poesia". Fica a sugestão.
No Acre, conforme reiteradas reclamações dos artistas e produtores culturais, as leis de incentivo à cultura também têm beneficiado as mesmas figurinhas carimbadas pela burocracia estatal, e cujos sons e rimas são sempre agradáveis aos ouvidos do governo.
Mas voltemos ao blog. O porta-voz da cantora explicou ao G1 que a quantia original de R$ 1,8 milhão cobriria custos da produção completa: “gastos com a equipe, filmagem, direção, coordenação, correio, xerox...”
Imagino que o pessoal avisaria aos internautas o endereço do novo site pessoal via carta registrada, o que de fato encareceria os custos. E que para as xerox, por se tratar de um blog, seria destinada uma cifra considerável. O corte de 440 mil no projeto original obrigará, quem sabe, a suspensão do envio das cartas e o uso do mimeográfo. É mais em conta.
Mais uma vez os companheiros provam que para se dar bem sob o governo deles basta ter talento. Às vezes, nem isso.
O projeto ficará em míseros R$ 1,3 milhão e foi batizado com o sugestivo nome de "O mundo precisa de poesia". Como a dinheirama necessária à execução sairá dos cofres públicos, já que os patrocinadores do blog de dona Maria terão descontos nos impostos segundo permite a Lei Rouanet, a iniciativa poderia ser rebatizada para algo como "A patuleia precisa financiar-me a poesia". Fica a sugestão.
No Acre, conforme reiteradas reclamações dos artistas e produtores culturais, as leis de incentivo à cultura também têm beneficiado as mesmas figurinhas carimbadas pela burocracia estatal, e cujos sons e rimas são sempre agradáveis aos ouvidos do governo.
Mas voltemos ao blog. O porta-voz da cantora explicou ao G1 que a quantia original de R$ 1,8 milhão cobriria custos da produção completa: “gastos com a equipe, filmagem, direção, coordenação, correio, xerox...”
Imagino que o pessoal avisaria aos internautas o endereço do novo site pessoal via carta registrada, o que de fato encareceria os custos. E que para as xerox, por se tratar de um blog, seria destinada uma cifra considerável. O corte de 440 mil no projeto original obrigará, quem sabe, a suspensão do envio das cartas e o uso do mimeográfo. É mais em conta.
Mais uma vez os companheiros provam que para se dar bem sob o governo deles basta ter talento. Às vezes, nem isso.
Resta um só entendimento entre os dois
O presidente da OAB/AC, Florindo Poersch, e o líder no governo da Assembleia Legislativa, deputado Moisés Diniz (PCdoB), resolveram trocar afagos. O primeiro afirma que Diniz, por ter sido condenado por malversação de recursos públicos pela Justiça acreana, não pode "falar em caráter, probidade ou qualquer outro atributo pertinente apenas aos homens e mulheres de bem". Em resposta, o parlamentar do PCdoB acena com uma campanha capaz de fustigar o advogado piadista.
A desavença se deu depois que Moisés Diniz reagiu na justa medida a um gracejo inoportuno de Poersch no Twitter sobre a tragédia que se abateu sobre os japoneses. Temeroso de entrar na briga sozinho, Poersch escudou-se nos colegas de profissão, atribuindo a Diniz uma crítica generalizada, quando na verdade ela fora endereçada apenas ao presidente da OAB.
Por enquanto, ambos comungam apenas da concepção de que os ex-governadores do Acre precisam continuar pendurados nas vergonhosas pensões pagas com nosso minguado dinheirinho.
A desavença se deu depois que Moisés Diniz reagiu na justa medida a um gracejo inoportuno de Poersch no Twitter sobre a tragédia que se abateu sobre os japoneses. Temeroso de entrar na briga sozinho, Poersch escudou-se nos colegas de profissão, atribuindo a Diniz uma crítica generalizada, quando na verdade ela fora endereçada apenas ao presidente da OAB.
Por enquanto, ambos comungam apenas da concepção de que os ex-governadores do Acre precisam continuar pendurados nas vergonhosas pensões pagas com nosso minguado dinheirinho.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Frase
"Nós, na Amazônia, temos o menor acesso por vias físicas e virtuais, menor distribuição de energia, maiores desigualdades e a maior responsabilidade de proteção ao meio ambiente. Como assegurar qualidade de vida com tantas desigualdades históricas?"
Governador Tião Viana, em encontro com representantes do International Finance Corporation (IFC), organismo de financiamento ligado ao Banco Mundial, fingindo ignorar que os governos da FPA ajudaram a aprofundar as desigualdades históricas no Acre e preocupado em fazer chegar à população os benefícios que há doze anos tiraram muito companheiro da lama.
Governador Tião Viana, em encontro com representantes do International Finance Corporation (IFC), organismo de financiamento ligado ao Banco Mundial, fingindo ignorar que os governos da FPA ajudaram a aprofundar as desigualdades históricas no Acre e preocupado em fazer chegar à população os benefícios que há doze anos tiraram muito companheiro da lama.
As coisas, infelizmente, ainda podem piorar
O aviso grudado ao caixa de um pequeno restaurante da rua Hugo Carneiro, no Bosque, resume o sentimento geral de insegurança que vive a população de Rio Branco. Não obstante o atimismo em torno das estatísticas definhantes sobre assaltos e homicídios, e o alvoroço do governo em celebrar o resultado do carnaval 2011, os pequenos furtos continuam a desafiar a polícia e a desfalcar o bolso do cidadão comum.
O dono do estabelecimento me disse que o furto de sua balança se deu no domingo de folia, quando saiu de casa por aproximadamente uma hora. Para não atrapalhar as vendas, ele teve de estabelecer o preço de sete reais pelo "prato feito".
Esse fato nos remete, necessariamente, à questão de nossas fronteiras escancaradas, por onde entram as toneladas de drogas que anabolizam a delinquência e os saques à sorrelfa. Só recentemente, com a entrada dos haitianos no Estado - e agora de tanzanianos, ganeses e nigerianos, conforme revela matéria do repórter Freud Antunes no jornal A Tribuna desta quarta -, as autoridades se deram conta da necessidade de mantermos as fronteiras sob vigilância.
O problema é que, como mostrou matéria da Folha de São Paulo de domingo, a Amazônia abriga apenas 13% das forças do Exército, e só 15% do efetivo da Aeronáutica estão na região Norte. Sem falar na falta de agentes da Polícia Federal.
Com o corte bilionário no Orçamento e o governo federal concentrado em outros problemas tão graves quanto este, os acreanos continuarão a ser pilhados pela horda sempre crescente de dependentes químicos.
E o mais grave é que as coisas ainda podem piorar.
terça-feira, 15 de março de 2011
Carlos Lupi é o Florindo Poersch da Dilma
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, resolveu mostrar que entende de economia mesmo quando as circunstâncias exigem solidariedade ao invés de sapiência. Enquanto o Japão conta cadáveres, Lupi faz planos de como o Brasil pode lucrar com a tragédia.
Nesse ponto ele pode ser equiparado ao presidente da OAB/Acre, Florindo Poersch, para quem a catástrofe japonesa não passa de mote para gracejos.
Nesse ponto ele pode ser equiparado ao presidente da OAB/Acre, Florindo Poersch, para quem a catástrofe japonesa não passa de mote para gracejos.
Tratemos os bandidos com carinho
Hoje pela manhã, no banco Itaú do Bosque, um rapaz conversava com os seguranças. Ele tinha uma enorme cicatriz na face esquerda, que ia da raiz dos cabelos até o queixo. O corte, provavelmente por ter atingido os nervos faciais, lhe deixou a boca ligeiramente desfigurada.
Contava ele que em um assalto no Calafate foi vítima de uma terçadada desferida impiedosamente pelo assaltante. O amigo que estava com ele também acabou ferido. O autor da brutalidade ainda não foi preso.
Ante a reação indignada às imagens de policiais militares do Acre dando sopapos em um assaltante na 1ª Regional, gostaria de sugerir que quando pegarem o autor do crime do Calafate, ele seja tratado com muito carinho. Afinal, os facínoras que roubam, matam, estupram ou desfiguram pessoas inocentes são "vítimas da sociedade".
Alguns, portanto, parecem achar natural que bandidos cometam suas atrocidades; mas tremem de indignação quando um deles recebe tratamento descortês no interior das delegacias.
Contava ele que em um assalto no Calafate foi vítima de uma terçadada desferida impiedosamente pelo assaltante. O amigo que estava com ele também acabou ferido. O autor da brutalidade ainda não foi preso.
Ante a reação indignada às imagens de policiais militares do Acre dando sopapos em um assaltante na 1ª Regional, gostaria de sugerir que quando pegarem o autor do crime do Calafate, ele seja tratado com muito carinho. Afinal, os facínoras que roubam, matam, estupram ou desfiguram pessoas inocentes são "vítimas da sociedade".
Alguns, portanto, parecem achar natural que bandidos cometam suas atrocidades; mas tremem de indignação quando um deles recebe tratamento descortês no interior das delegacias.
Reivindicação da turma da farda
Os militares do Acre nunca trabalharam tanto para que o governo pudesse anunciar as boas novas de que a criminalidade recrudesce principalmente na capital. Policiais ligados ao Ciosp (Centro Integrado de Segurança Pública) confirmam “redução significativa” dos casos de assalto, conforme dados divulgados recentemente pela Secretaria de Segurança Pública.
Ao trabalho duro da PM, porém, não corresponde um único aceno do governo sobre a disposição de retribuir com vencimentos maiores, reivindicação que se arrasta há mais de um ano. A insatisfação de quem já se sente nos limites das forças será debatida no próximo dia 17, em assembléia na Escola Armando Nogueira, às 18 horas.
Os PMs também cobram posicionamento do atual comandante da Polícia Militar do Acre, José dos Reis Anastácio, quanto à reivindicação. Por hora fica a impressão de que Reis se curva à má-vontade do governador. Os ânimos, claro, tendem a se acirrar nesse cenário de muito trabalho e nenhuma conversa sobre reajuste na bolsa.
E essa situação acaba por gerar indisciplina. Nas formaturas que ocorrem em frente ao Comando Geral a cada última sexta-feira do mês, por determinação do comandante, os PMs, do meio das fileiras, gritam perguntas sobre o aumento que pleiteiam. E a coisa pode ficar pior.
Os policiais militares deploram ainda o fato de haver no governo muito aspone com rendimento de marajá - sem que para isso sejam obrigados a trocar tiros com bandidos.
Ao trabalho duro da PM, porém, não corresponde um único aceno do governo sobre a disposição de retribuir com vencimentos maiores, reivindicação que se arrasta há mais de um ano. A insatisfação de quem já se sente nos limites das forças será debatida no próximo dia 17, em assembléia na Escola Armando Nogueira, às 18 horas.
Os PMs também cobram posicionamento do atual comandante da Polícia Militar do Acre, José dos Reis Anastácio, quanto à reivindicação. Por hora fica a impressão de que Reis se curva à má-vontade do governador. Os ânimos, claro, tendem a se acirrar nesse cenário de muito trabalho e nenhuma conversa sobre reajuste na bolsa.
E essa situação acaba por gerar indisciplina. Nas formaturas que ocorrem em frente ao Comando Geral a cada última sexta-feira do mês, por determinação do comandante, os PMs, do meio das fileiras, gritam perguntas sobre o aumento que pleiteiam. E a coisa pode ficar pior.
Os policiais militares deploram ainda o fato de haver no governo muito aspone com rendimento de marajá - sem que para isso sejam obrigados a trocar tiros com bandidos.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Tsunami de tolices
(Foto de Valter Campanato/ABr)
Político cuja ânsia é manter-se em evidência quase sempre acaba, pelas muitas aparições públicas e entrevistas sobre temas variados, tropeçando na própria língua. No fim de semana, por conta do lançamento da Campanha da Fraternidade 2011 no Acre, a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) disse que "os terremotos, tsunamis, desmoronamentos e alagamentos ocorridos nos últimos tempos no mundo são consequência da ação humana".
Achei que a repórter poderia ter distorcido as palavras de dona Perpétua. Mas um release de sua assessoria confirmou-lhe o disparate.
Tsunamis são ondas causadas por deslocamento de grande volume de água em oceanos ou lagos. E terremotos resultam de fricção entre placas tectônicas, cuja ocorrência antecede a presença do homem-de-neandertal no planeta.
Discorrer sobre o que se ignora com a desenvoltura de quem tem doutorado em coisa alguma é um risco que a se sujeita todo político falastrão. Mas dona Perpétua Almeida não esteve sozinha no congresso de çábios que tratou da campanha da fraternidade.
Para o bispo Dom Joaquim, a dengue não teria assolado os acreanos não fosse o desperdício de água. Se o que disse Dom Joaquim fosse verdade, os bairros altos de Rio Branco, onde há maior incidência de casos da doença, não seriam os mesmos onde o produto é mais escasso nas torneiras.
O problema de muito discurso aparentemente lógico é que eles podem esconder argumentos sediciosos. A igreja prega a preservação dos recursos hídricos, mas nunca se manifestou contra o esgoto que o governo companheiro faz chegar ao rio Acre via Parque da Maternidade.
Deus está atento ao que os petralhas fazem aqui na terra. Nós precisamos, no mínimo, prestar atenção ao que eles dizem.
Lição do passado
“O orçamento nacional deve ser equilibrado. As dívidas públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos, se a nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública”. (Marcus Tullius Cícero, Roma, 55 a. C., como se vivesse hoje sob o governo dos companheiros)
sábado, 12 de março de 2011
Caiu na rede
Espalhou-se rapidamente a tirada sem graça e descabida do presidente da OAB/Acre, Florindo Poersch, no Twitter, sobre os desaparecidos no Japão. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) deplorou a "brincadeira" e acabou vítima de ataques homofóbicos. O líder do governo na Aleac, Moisés Diniz (PCdoB), pediu a renúncia de Poersch, que já apagou o tweet em que indagava, jocoso, como se pode saber que há desaparecidos no Japão se por lá são todos iguais.
Como o fato já caiu na rede, o Sr. Poersch pode cair do cavalo. É o que espero, sobretudo porque ele é um omisso quanto à inconstitucionalidade do pagamento de aposentadoria a ex-governadores do Estado. Deve ser porque a safadeza, como o preconceito, está sempre a reunir em torno de si os seus "iguais".
Como o fato já caiu na rede, o Sr. Poersch pode cair do cavalo. É o que espero, sobretudo porque ele é um omisso quanto à inconstitucionalidade do pagamento de aposentadoria a ex-governadores do Estado. Deve ser porque a safadeza, como o preconceito, está sempre a reunir em torno de si os seus "iguais".
sexta-feira, 11 de março de 2011
Um apelo que vem do Jordão
Tem certas coisas que grudam na memória da gente. Quando, por exemplo, o Fantástico mostrou uma reportagem sobre a dura vida no município do Jordão, o deputado estadual e líder do governo na Aleac, Moisés Diniz (PCdoB), reagiu com um artigo sobre as mazelas do Sul Maravilha. Nunca esqueci o título do texto do comunista, "Jordão não quer chuchu".
Mas primeiro vou falar dos pepinos, depois a gente volta ao assunto dos chuchus.
Hilário de Holanda Melo é o prefeito petista que a Frente Popular do Acre escalou para governar o distante município, que tem pouco mais de 6 mil habitantes. Depois de duas vitórias consecutivas, Hilário transformou a cidade num caso trágico. Relapso, o petralha não dá conta sequer de mandar carpir as ruas, em sua maioria tomadas pelo matagal. E não é capim que bate nas canelas, não - trata-se de um arremedo de floresta que chega a encobrir o telhado de algumas casas.
Isolado por terra, o abastecimento do município depende do transporte aéreo e fluvial. Na época do estio, navegar se transforma em uma aventura morosa. E a consequência do isolamento é sentida através da carestia: um quilo de feijão pode custar até dez reais.
Apesar da alimentação exígua, Hilário Melo e seus aliados não se importaram, em seis anos de mandato, em incentivar o plantio em alguns leirões de quintal. Parace que é mais cômodo esperar que as aeronaves pousem com o produto colhido e embalado em plagas distantes.
A descrição desse cenário sugere que o atendimento hospitalar em Jordão beira o caos. Nem sempre há medicamentos disponíveis. E não bastasse esses problemas, Hilário Melo faz questão de impingir mais agruras aos munícipes.
Este blogueiro recebeu telefonema de uma moradora que reclama que o pagamento do funcionalismo municipal não é feito mais pelo Bradesco, que atendia na agência dos Correios local. Transferido ninguém sabe por que às pequenas casas comerciais da cidade, parte dos servidores tem recebido o salário com até cinco dias de atraso.
E quem, por exemplo, é lesado por cobranças descabidas na conta corrente, não tem a quem se queixar caso não pegue um barco ou avião e leve sua reclamação até Cruzeiro do Sul.
Voltemos, agora, aos chuchus.
Quando a matéria do Fantástico mostrou que Jordão ocupa a penúltima colocação no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), revelando que a cada cem pessoas que vivem no município apenas duas ou três devem conhecer a hortaliça, o deputado Moisés Diniz subiu nas tamancas. E escreveu horrores sobre os horrores do País, argumentando que os jordanenses comem "mandioca cozida, cuscuz de milho, banana, mamão, manga, goiaba" e bebem caldo de cana. Não precisam, portanto, de chuchus. Dois anos depois de exibida a reportagem, porém, nada mudou na paisagem trágica do município.
Com tantas favelas, acidentes de trânsito, tráfico de drogas e homicídios Brasil afora, o deputado governista acha que é perda de tempo e excesso de má-fé mostrar como vive a população do Jordão. Diniz compartilha a concepção de que jornalismo ético e eficiente é aquele que mostra as mazelas das cidades governadas pelos adversários. E como Jordão é apenas um lugar escondido no mapa - e tem no comando um amigo petista - não convém falar dos problemas que enfrenta.
Esse reducionismo proposital soa como artifício para justificar a incompetência dos aliados. E não dá para levar a sério argumentos que tentam minorar os defeitos de uma parte comparando-os à desgraça do todo. Pois assim nos fica a deplorável impressão de que Jordão só vai se livrar de suas dores quando o Brasil for um pedaço do Paraíso.
Mas primeiro vou falar dos pepinos, depois a gente volta ao assunto dos chuchus.
Hilário de Holanda Melo é o prefeito petista que a Frente Popular do Acre escalou para governar o distante município, que tem pouco mais de 6 mil habitantes. Depois de duas vitórias consecutivas, Hilário transformou a cidade num caso trágico. Relapso, o petralha não dá conta sequer de mandar carpir as ruas, em sua maioria tomadas pelo matagal. E não é capim que bate nas canelas, não - trata-se de um arremedo de floresta que chega a encobrir o telhado de algumas casas.
Isolado por terra, o abastecimento do município depende do transporte aéreo e fluvial. Na época do estio, navegar se transforma em uma aventura morosa. E a consequência do isolamento é sentida através da carestia: um quilo de feijão pode custar até dez reais.
Apesar da alimentação exígua, Hilário Melo e seus aliados não se importaram, em seis anos de mandato, em incentivar o plantio em alguns leirões de quintal. Parace que é mais cômodo esperar que as aeronaves pousem com o produto colhido e embalado em plagas distantes.
A descrição desse cenário sugere que o atendimento hospitalar em Jordão beira o caos. Nem sempre há medicamentos disponíveis. E não bastasse esses problemas, Hilário Melo faz questão de impingir mais agruras aos munícipes.
Este blogueiro recebeu telefonema de uma moradora que reclama que o pagamento do funcionalismo municipal não é feito mais pelo Bradesco, que atendia na agência dos Correios local. Transferido ninguém sabe por que às pequenas casas comerciais da cidade, parte dos servidores tem recebido o salário com até cinco dias de atraso.
E quem, por exemplo, é lesado por cobranças descabidas na conta corrente, não tem a quem se queixar caso não pegue um barco ou avião e leve sua reclamação até Cruzeiro do Sul.
Voltemos, agora, aos chuchus.
Quando a matéria do Fantástico mostrou que Jordão ocupa a penúltima colocação no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), revelando que a cada cem pessoas que vivem no município apenas duas ou três devem conhecer a hortaliça, o deputado Moisés Diniz subiu nas tamancas. E escreveu horrores sobre os horrores do País, argumentando que os jordanenses comem "mandioca cozida, cuscuz de milho, banana, mamão, manga, goiaba" e bebem caldo de cana. Não precisam, portanto, de chuchus. Dois anos depois de exibida a reportagem, porém, nada mudou na paisagem trágica do município.
Com tantas favelas, acidentes de trânsito, tráfico de drogas e homicídios Brasil afora, o deputado governista acha que é perda de tempo e excesso de má-fé mostrar como vive a população do Jordão. Diniz compartilha a concepção de que jornalismo ético e eficiente é aquele que mostra as mazelas das cidades governadas pelos adversários. E como Jordão é apenas um lugar escondido no mapa - e tem no comando um amigo petista - não convém falar dos problemas que enfrenta.
Esse reducionismo proposital soa como artifício para justificar a incompetência dos aliados. E não dá para levar a sério argumentos que tentam minorar os defeitos de uma parte comparando-os à desgraça do todo. Pois assim nos fica a deplorável impressão de que Jordão só vai se livrar de suas dores quando o Brasil for um pedaço do Paraíso.
quinta-feira, 10 de março de 2011
O imperador do Juruá
César Messias mostra, a cada dia um pouco mais, quem manda no Vale do Juruá. Das nomeações chanceladas até agora pelo governador Tião Viana para a região, seu vice abocanhou quase 100% delas. Dizem pelas bandas de Cruzeiro do Sul que até o caseiro de Messias está pendurado no guarda-roupa estatal.
Com um aliado na Assembleia Legislativa e a mulher no comando do Procon/AC, sobram desafetos no círculo companheiro em que se movem, sinuosos, os afortunados Cameli. Foi de um deles que o blog recebeu uma ligação para denunciar que a promessa de instalação de uma agência do Procon no Juruá parece ter virado fumaça.
A mesma fonte reclama que o vice-governador do Acre já não põe os pés nas terras do Nauas. E avisa que por lá a paciência do eleitor não tem como limites a mansidão dos que contabilizam doze anos no poder.
Com um aliado na Assembleia Legislativa e a mulher no comando do Procon/AC, sobram desafetos no círculo companheiro em que se movem, sinuosos, os afortunados Cameli. Foi de um deles que o blog recebeu uma ligação para denunciar que a promessa de instalação de uma agência do Procon no Juruá parece ter virado fumaça.
A mesma fonte reclama que o vice-governador do Acre já não põe os pés nas terras do Nauas. E avisa que por lá a paciência do eleitor não tem como limites a mansidão dos que contabilizam doze anos no poder.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Narciso escreve
Trecho do artigo do empresário e empreiteiro Narciso Mendes enviado ao blog do Altino Machado (link ao lado):
"Até gostaria que minha ausência não estivesse fazendo falta e nem incomodando a nossa oposição, tampouco aos neo-convertidos, mas ao que tudo indica, como o jornalista Altino Machado é um deles e encabeça um dos seus pelotões, de antemão, faz-se absolutamente necessário, a exemplo do que fiz, que ele apresente as razões que o levou (sic) a se transformar num dos mais austeros antipetistas, afinal de contas, e não faz muito tempo, a defesa de todo e qualquer petista, independente da gravidade de seus pecados, jornalisticamente falando-se, quase sempre esteve sob sua inteira responsabilidade. Inclusive quando instado a rebater minhas próprias críticas e denúncias".
Comento: Não me consta que a ausência do Sr. Narciso faça falta à oposição, antes se constituindo em enorme favor que o tenham aliciado para integrar a Frente Popular do Acre. O que todos questionam, e com a devida razão, é que a mudança se faça acompanhar de tantos salamaleques aos que antes lhe serviam reiteradamente de alvo à virulência e às diatribes dos seus julgamentos. E nesse ponto, convenhamos, o empresário acerta quando cobra dos críticos uma explicação plausível e necessária que esclareça a conversão inversa.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Hilário
Acho engraçado que um colunista político diga que votar pelos 600 reais do salário mínimo é pouco para credenciar Marcio Bittar como candidato à Prefeitura de Rio Branco. Com tantos problemas na capital, cuja prefeitura está nas mãos do PT há seis anos (não esqueçamos ainda que o partido dirige o Estado há 12), é no mínimo prematuro querer exigir, em menos de um mês, ações políticas na Câmara Federal que justifiquem a pretensa candidatura a prefeito de quem quer que seja.
Ao amigo jornalista que ainda não entendeu a regra do jogo, eu explico: a campanha do ano que vem se dará mais sobre o muito que ainda falta aos moradores da capital do que sob o mínimo que qualquer concorrente da FPA possa ter feito.
Leia a coluna Prisma aqui.
Ao amigo jornalista que ainda não entendeu a regra do jogo, eu explico: a campanha do ano que vem se dará mais sobre o muito que ainda falta aos moradores da capital do que sob o mínimo que qualquer concorrente da FPA possa ter feito.
Leia a coluna Prisma aqui.
terça-feira, 1 de março de 2011
Pendurados na bolsa
Depois do reajuste vergonhoso de 0,91% do salário mínimo, a Sra. Dilma Rousseff (PT) anunciou nesta terça que o Bolsa Família terá aumento médio de 19,4%.
Não que eu seja contra o pagamento maior do benefício – os companheiros é que passaram os oito anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a imprecar contra a “esmola estatal” dada aos pobres pelo governo do PSDB. Mas o desnível entre um reajuste e outro tem uma explicação, digamos, comezinha.
Quem ganha a vida com o próprio trabalho, ainda que receba por ele um salário de miséria, está menos suscetível à blandícia dos donos do poder. Já os que vivem da benevolência alheia se sentem na obrigação de retribuir essa bondade em dia de eleição. E no Brasil há mais de 12 milhões de famílias penduradas na Bolsa.
É para essa gente que dona Dilma acena com um Brasil pródigo em caridade e muito, muito rigoroso com os que trabalham.
Não que eu seja contra o pagamento maior do benefício – os companheiros é que passaram os oito anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a imprecar contra a “esmola estatal” dada aos pobres pelo governo do PSDB. Mas o desnível entre um reajuste e outro tem uma explicação, digamos, comezinha.
Quem ganha a vida com o próprio trabalho, ainda que receba por ele um salário de miséria, está menos suscetível à blandícia dos donos do poder. Já os que vivem da benevolência alheia se sentem na obrigação de retribuir essa bondade em dia de eleição. E no Brasil há mais de 12 milhões de famílias penduradas na Bolsa.
É para essa gente que dona Dilma acena com um Brasil pródigo em caridade e muito, muito rigoroso com os que trabalham.
Senhor Cifrão
Tivessem as desculpas esfarrapadas do Sr. Narciso Mendes o propósito outro que não o usufruto familiar das regalias proporcionadas pela camaradagem no poder, até lhe perdoaríamos o desdizer das acusações de outrora contra o governo dos petralhas. Mas neste fim de ano, enquanto a família Mendes se regozijava na Europa, os funcionários das empresas do complexo de comunicação O Rio Branco amargavam o atraso nos vencimentos.
A praxe das delongas tinha antes a justificativa de que a militância na oposição minguava o caixa das empresas. Agora, porém, que o Senhor X e seus descendentes deleitam-se nos banquetes companheiros, nos fica a certeza de que a insensibilidade tem origem no egoísmo e na ostentação.
E afirmar que as denúncias de outrora contra as obras toscas da BR-364 eram jogo de cena, ao contrário de eximir de culpa os mandatários da Frente Popular, só os apequena a todos no jogo sórdido da política que transforma a imprecação justa em bajulação desnecessária. Pois quem viu o Sr. Narciso Mendes a arrancar pedaços do asfalto em Tarauacá, enquanto espumava de ódio e indignação contra a corrupção no governo do PT, põe-se a imaginar o custo das declarações que em vão tentam agora canonizar os antigos desafetos.
E eu que pensei que já tinha visto de tudo em política...
A praxe das delongas tinha antes a justificativa de que a militância na oposição minguava o caixa das empresas. Agora, porém, que o Senhor X e seus descendentes deleitam-se nos banquetes companheiros, nos fica a certeza de que a insensibilidade tem origem no egoísmo e na ostentação.
E afirmar que as denúncias de outrora contra as obras toscas da BR-364 eram jogo de cena, ao contrário de eximir de culpa os mandatários da Frente Popular, só os apequena a todos no jogo sórdido da política que transforma a imprecação justa em bajulação desnecessária. Pois quem viu o Sr. Narciso Mendes a arrancar pedaços do asfalto em Tarauacá, enquanto espumava de ódio e indignação contra a corrupção no governo do PT, põe-se a imaginar o custo das declarações que em vão tentam agora canonizar os antigos desafetos.
E eu que pensei que já tinha visto de tudo em política...
Edital PSDB
Comissão Executiva Municipal Provisória de Rio Branco-AC
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA A CONVENÇÃO MUNICIPAL
ELEIÇÕES DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DE RIO BRANCO-AC, DE DELEGADOS À CONVENÇÃO REGIONAL, E DO CONSELHO DE ÉTICA
O Presidente da Comissão Executiva Municipal Provisória do PSDB, no uso de suas atribuições, conferidas pelos art. 23, 32, alínea “b”, e 47, do ESTATUTO do partido e de acordo com a Resolução CEN-PSDB no. 011/2010, de 01.08.2010,eResolução CEE-PSDB nº. 001/2011, de 16.02.2011, baixadas pelas Executiva Nacional e Estadual respectivamente, faz saber a todos os filiados interessados que será realizada EM 20 DE MARÇO DE 2011, A CONVENÇÃO MUNICIPAL DO PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA DE RIO BRANCO-AC para elegerem e/ou candidatarem-se todos aqueles que preencham os requisitos do art. 14, parágrafos 1º. e 2º., mesmo Estatuto ao:
1) Diretório Municipal, eleito pela Convenção Municipal para mandato de 2 (dois) anos, é composto de, no máximo de 45 (quarenta e cinco) membros efetivos e 15 (quinze) suplentes, e, no mínimo,15 (quinze) membros efetivos e 05(cinco) sulentes, incluído, na condição de membro nato, o líder da bancada do Partido na Câmara de Vereadores.( Art. 100), Diretório este que elegerá a Comissão Executiva Municipal do PSDB – Rio Branco-AC, na forma do art. 102 do nosso Estatuto.
2) Delegados e Suplentes à Convençao Estadual, com número de titulares fixados pelo art. 78, parágrafo 2º., do referido Estatuto;
- O registro de chapas completas de candidatos a membros efetivos e suplentes do Diretório Municipal, assim como de Delegados e Suplentes à Convenção Estadual, será requerido, por escrito, à Comissão Executiva, até 20 (vinte) dias antes da Convenção, subscrito por grupo mínimo de convencionais correspondente à metade do número de membros efetivos do Diretório, para cada chapa.( Art. 101)
3) Conselho de Ética, com 05 titulares e 05 suplentes (art.109, par. único) cujo registro de chapa seguirá o disposto no art. 54, citado estatuto.
A Assembléia para eleição dos cargos acima será realizada na Sede do PSDB local, localizado na Rua Rio Grande do Sul n. 155, Centro, Rio Branco-AC, das 08:00h às 15:00h do dia 20 de março de 2011.
DO PERÍODO PARA INSCRIÇÕES
O pedido de registro das chapas será formulado em duas vias, devendo ser levado a efeito junto a um dos componentes da Executiva Municipal Provisória de Rio Branco-AC, na sede do PSDB local, de segunda a sexta, das 08 às 09h, até o dia 28 de fevereiro de 2011, que passará recibo na segunda via que ficará em poder dos requerentes, cujo processamento se dará de acordo com o art. 25 do estatuto partidário, observado que nesta última data um destes membros daquela Executiva ficará de plantão das 08 às 18h.(art. 32, par. 1º.).
Rio Branco-AC, 16 de fevereiro de 2011.
José Wilson Mendes Leão
Pres. Exec. Mun. Prov. PSDB - R. Branco-AC
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA A CONVENÇÃO MUNICIPAL
ELEIÇÕES DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DE RIO BRANCO-AC, DE DELEGADOS À CONVENÇÃO REGIONAL, E DO CONSELHO DE ÉTICA
O Presidente da Comissão Executiva Municipal Provisória do PSDB, no uso de suas atribuições, conferidas pelos art. 23, 32, alínea “b”, e 47, do ESTATUTO do partido e de acordo com a Resolução CEN-PSDB no. 011/2010, de 01.08.2010,eResolução CEE-PSDB nº. 001/2011, de 16.02.2011, baixadas pelas Executiva Nacional e Estadual respectivamente, faz saber a todos os filiados interessados que será realizada EM 20 DE MARÇO DE 2011, A CONVENÇÃO MUNICIPAL DO PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA DE RIO BRANCO-AC para elegerem e/ou candidatarem-se todos aqueles que preencham os requisitos do art. 14, parágrafos 1º. e 2º., mesmo Estatuto ao:
1) Diretório Municipal, eleito pela Convenção Municipal para mandato de 2 (dois) anos, é composto de, no máximo de 45 (quarenta e cinco) membros efetivos e 15 (quinze) suplentes, e, no mínimo,15 (quinze) membros efetivos e 05(cinco) sulentes, incluído, na condição de membro nato, o líder da bancada do Partido na Câmara de Vereadores.( Art. 100), Diretório este que elegerá a Comissão Executiva Municipal do PSDB – Rio Branco-AC, na forma do art. 102 do nosso Estatuto.
2) Delegados e Suplentes à Convençao Estadual, com número de titulares fixados pelo art. 78, parágrafo 2º., do referido Estatuto;
- O registro de chapas completas de candidatos a membros efetivos e suplentes do Diretório Municipal, assim como de Delegados e Suplentes à Convenção Estadual, será requerido, por escrito, à Comissão Executiva, até 20 (vinte) dias antes da Convenção, subscrito por grupo mínimo de convencionais correspondente à metade do número de membros efetivos do Diretório, para cada chapa.( Art. 101)
3) Conselho de Ética, com 05 titulares e 05 suplentes (art.109, par. único) cujo registro de chapa seguirá o disposto no art. 54, citado estatuto.
A Assembléia para eleição dos cargos acima será realizada na Sede do PSDB local, localizado na Rua Rio Grande do Sul n. 155, Centro, Rio Branco-AC, das 08:00h às 15:00h do dia 20 de março de 2011.
DO PERÍODO PARA INSCRIÇÕES
O pedido de registro das chapas será formulado em duas vias, devendo ser levado a efeito junto a um dos componentes da Executiva Municipal Provisória de Rio Branco-AC, na sede do PSDB local, de segunda a sexta, das 08 às 09h, até o dia 28 de fevereiro de 2011, que passará recibo na segunda via que ficará em poder dos requerentes, cujo processamento se dará de acordo com o art. 25 do estatuto partidário, observado que nesta última data um destes membros daquela Executiva ficará de plantão das 08 às 18h.(art. 32, par. 1º.).
Rio Branco-AC, 16 de fevereiro de 2011.
José Wilson Mendes Leão
Pres. Exec. Mun. Prov. PSDB - R. Branco-AC
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