quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O poder errático da maledicência

Dulcinéia Azevedo é mais que uma jornalista competente que tem colocado a autonomia profissional acima das questões financeiras - trata-se de uma amiga a quem aprendi a respeitar e querer bem. Foi protagonizada por ela a primeira baixa na Secretaria de Comunicação do governo de Tião Viana, após duas semanas num cargo bem remunerado. Ao pedir para ser exonerada, Dulcinéia saiu pela porta da frente maior do que entrara, a convite do próprio governador do Acre.

Não é a primeira vez que ela demonstra ter valores pessoais e postura profissional que a impedem de vergar a coluna aos políticos, já tão acostumados a jornalistas subservientes e prontos a se desmanchar em louvaminhas em troca de uns caraminguás.

Pessoas como Dulcinéia, por fugirem à regra, geralmente são tratadas com despeito pelos que estão sempre a colocar as necessidades do estômago em primeiro lugar. Essa lógica quadrúpede não gera mais do que ilações mesquinhas.

Sobre Dulcinéia Azevedo, andam agora a dizer que teria saído da TV Aldeia para ganhar o dobro nas empresas de comunicação do Sr. Roberto Moura. Ainda que fosse verdade, tal maledicência haveria de esbarrar na óbvia admissão de que embute um elogio. Mas além de errático, o comentário expressa apenas a murmuração estúpida dos que se sentem ofendidos ante a grandeza alheia.

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