sábado, 30 de outubro de 2010

Faltam dois meses para eles viverem no melhor lugar da Amazônia





Os companheiros perdem eleitores, mas nunca a piada.

Imagens do fotógrafo Dhárcules Pinheiro

Pra limpar o tempo e a consciência pesada do deputado Moisés Diniz

Leio no blog do deputado Moisés Diniz (PCdoB) que ele defende a manutenção do horário atual. Vai, portanto, votar no 55 neste domingo. O artigo fala que, vencendo a proposta que defende, Moisés será um ardoroso defensor da correção de "algumas distorções". Segundo ele, "o governo do Estado e as prefeituras devem realizar consultas à comunidade escolar sobre o horário ideal para iniciar as aulas nos três períodos". E os órgãos da administração pública precisarão "seguir a definição das escolas, evitando a contradição entre horário de estudo e de trabalho".

O texto segue discorrendo sobre outras anormalidades temporais para as quais o intrépido parlamentar estaria disposto a criar uma comissão especial na Assembléia Legislativa. A função dessa comissão seria regular, afinal, o horário público que a mudança de horário acabou por desregular.

Moisés também alerta que aqueles que votarem no 77 o terão "como aliado para ajudar a corrigir as distorções". Bonito, não é mesmo?

Se uma mudança acarreta tantos transtornos que não existiriam sem ela, o melhor seria manter as coisas como eram, certo? Sobretudo quando essa mudança não ocasiona dividendos que justifiquem os danos causados.

O que mais me intriga é que só agora, decorridos muitos meses do novo fuso horário, o deputado me venha propor isso e aquilo para corrigir as distorções. Resta-me supor que um plebiscito faz enorme bem à democracia vilipendiada.

Ao contrário de Moisés, votarei no 77. E posso dizer ao deputado que, vencendo a proposta que defendo, ele estará livre da minha magnanimidade.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um artigo louvaminheiro e algumas considerações

O texto abaixo é do presidente da Fieac (Federação das Indústrias do Estado do Acre), João Francisco Salomão, e foi escrito para a edição deste sábado, 30, do jornal A Tribuna. Em tom laudatório, como era de se esperar de quem se acostumou a espargir louvaminhas sobre as cabeças companheiras, o artigo, a meu ver, trata de temas pertinentes, só que pelo viés errado. O erro de abordagem não é, porém, casual. Resulta da necessidade de exaltar ações que estão antes a exigir as críticas mais contundentes. Mas como estas acarretam contrariedades, e em política as contrariedades geralmente ocasionam prejuízos, alguns optam por emprestar aos fatos as versões mais aprazíveis.

Vamos ao artigo do Sr. Salomão. Entremearei (em azul) seus argumentos com as observações que julgo necessárias.

LUZ PARA TODOS É AÇÃO PRIORITÁRIA

João Francisco Salomão

Foi correta a decisão do governo federal de prorrogar, até dezembro de 2011, o prazo de execução do “Luz para Todos” — Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica. Como se sabe, o projeto foi lançado em 2003, com a meta de acabar com a falta de energia elétrica, um problema que afetava número muito grande de famílias no País. Calculava-se, à época, a necessidade de incluir nesse benefício prioritário, até o ano de 2008, cerca de 10 milhões de pessoas, principalmente do meio rural.

O que o Sr. Salomão chama de "decisão correta" eu denomino de incompetência para cumprir as metas de governo. O Luz para Todos deveria encerrar 2010 com 576 mil novos domicílios ligados à rede de eletricidade. E como isso não será possível, o jeito foi legar ao sucessor a responsabilidade de concluí-lo. Ademais, qualquer referência honesta ao programa precisa esclarecer que ele nasceu Luz no Campo, no governo de FHC.

Em 2009, embora o objetivo tenha se cumprido quase integralmente, o aumento da população e o fato de algumas áreas ainda não terem sido contempladas, exigiram a prorrogação do programa, o que ocorreu até dezembro de 2010. Agora, para que haja tempo hábil para a conclusão de obras em andamento, decidiu-se por nova prorrogação, até dezembro de 2011.

O argumento de que a população beneficiada com o Luz para Todos cresceu é falacioso. A ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que em 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e suas projeções apontam que até 2050 a porcentagem dos brasileiros que vivem em centros urbanos deve saltar para 93,6%. O êxodo rural decorre de vários fatores, entre os quais a falta de condições dos moradores do campo para produzir, coisa muito comum no Estado do Acre.

O mapa da exclusão elétrica no Brasil, segundo o Ministério de Minas e Energia, órgão coordenador do programa, revelava que as famílias sem acesso à eletricidade eram de baixa renda e viviam majoritariamente nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Por isso, entendemos que a iniciativa tenha significativo potencial como estimuladora do progresso socioeconômico, contribuindo para a redução da pobreza e aumento da renda familiar. A presença da energia elétrica facilita a implantação de empresas, a realização de programas governamentais, atuação do Terceiro Setor e melhor acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento de água e saneamento.

O autor fala do assunto como se os acreanos não enfrentassem sérios problemas com os blecautes que infernizam a vida da população e acarretam enorme prejuízos para os comerciantes. Sobre essa triste realidade, nenhuma palavra.

Exemplo da importância do “Luz para Todos” verifica-se no Acre, onde conta com o apoio e defesa da Federação das Indústrias (Fieac). No Estado, até setembro último, a iniciativa já havia levado o acesso gratuito à energia elétrica para 36.492 famílias, beneficiando mais de 182 mil pessoas. A meta é atender 50 famílias até o fim de 2011.

A principal reclamação dos que se viram beneficiados pelo programa no Acre é o valor da tarifa cobrada pela Eletrobras. O cáculo cruel do ICMS, feito até sobre os demais tributos, atinge também aqueles que apenas recentemente saíram da escuridão total.

Quanto aos investimentos, o governo federal contratou R$ 262,6 milhões referente ao Estado, dos quais R$ 199 milhões já foram liberados. Estima-se, ainda, que as obras locais do programa tenham gerado cerca de cinco mil empregos e utilizado 89 mil postes, 13 mil transformadores e 17 mil quilômetros de cabos elétricos.

Integralmente iluminado, o Acre, cuja economia, impulsionada pela indústria, vem crescendo acima da média nacional, terá condições ainda melhores para avançar em seu processo de desenvolvimento.

O artigo sai no momento em que o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Brasiléia, Rosildo Rodrigues de Freitas, denuncia a ineficiência no fornecimento de energia elétrica distribuída para a zona rural, através do projeto Luz Para Todos. A matéria foi publicada no site O Alto Acre. No último blecaute, Rosildo Freitas, que mantém um criadouro de aves localizado no km 29 da Estrada do Pacífico, perdeu 2.280 frangos. Eles não suportaram o calor e morreram. O problema seria evitado se o fornecimento de energia não fosse precário.

O fato ilustra que a realidade do programa no Acre está longe de corresponder à versão otimista do presidente da Fieac.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Poema de Finados

Com os Mortos
Antero de Quental

Os que amei, onde estão? Idos, dispersos,
arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos...

E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos...

Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei vivem comigo,

Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem.


Foto: Dhárcules Pinheiro

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Com a pior das intenções

No dia 24 de julho registrei, na coluna Prisma, do site agazeta.net, o entusiasmo chauvinista do governador Binho Marques, ao falar da Expoacre 2010: "Ela mostra como é pulsante a economia do Acre”, disse ele a jornalistas, num arroubo de satisfação ante a miragem de que vivemos no melhor lugar da Amazônia.

Eis que hoje, porém, a humildade e o bom senso bateram à porta dos petralhas. Às vésperas de uma eleição que pode mudar de uma vez por todas o destino da Frente Popular do Acre, o senador sem votos Aníbal Diniz resolveu contar a verdade sobre a realidade acreana:

Mesmo os que votaram na Marina ou no Serra no primeiro turno agora têm a chance de votar na Dilma porque ela é o melhor para o Acre. Nós dizemos isso porque a dependência do Acre do governo federal ainda é muito grande..."

Sem o dinheiro que vem de Brasília, seríamos os primos pobres dos haitianos. Assim mesmo, o ex-governador Jorge Viana teve o desplante de dizer outro dia que ajudamos a sustentar o Estado de São Paulo.

Para essa gente, a mentira é uma arma poderosa. E até quando elles dizem uma verdade incontestável, o fazem com a pior das intenções.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Veneno de escorpião azul

A agência AFP de notícias revelou nesta segunda-feira que Cuba, o feudo dos irmãos Castro, vai lançar remédio contra o câncer feito a partir do veneno do escorpião azul. A matéria afirma que o novo medicamento foi usado "com bons resultados" em 10 mil doentes de câncer.

Segundo a AFP, "O Vidatox é um remédio elaborado com a toxina do escorpião azul (Rhopalurus junceus)" e será lançado em breve no mercado. O fármaco teria eficácia comprovada contra 15 tipos de tumores diferentes.

Quanto ao câncer do regime político que assola os moradores da ilha, não há antídoto à vista.

Queixa



"Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água

Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza"

sábado, 23 de outubro de 2010

A onipotência da tagarelice

Por Olavo de Carvalho, filósofo

Os signatários do recente manifesto de acadêmicos em favor da candidatura Dilma Rousseff apresentam-se, com modéstia exemplar, como "professores e pesquisadores de filosofia". Não ousam denominar-se filósofos porque no fundo sabem que não o são nem o serão jamais, mas também porque esperam que a mídia, por automatismo, lhes dê essa qualificação imerecida ao publicar a porcaria com o nome de "Manifesto dos Filósofos", conferindo-lhes o título honroso no mesmo ato em que os dispensa do vexame de atribuí-lo a si mesmos.

A filosofia surgiu na Grécia como um esforço de apreender e dizer o "ser" das coisas. A palavra "ser" implica o reconhecimento de uma realidade objetiva estruturada, inteligível, comunicável de homem a homem. O empreendimento filosófico voltava-se diretamente contra uma tradição de ensino para a qual o ser e a realidade objetiva não contavam, podendo ser livremente inventados pela força da palavra e da persuasão. Essa tradição denominava-se "sofística".

Decorridos vinte e cinco séculos, a denominação inverteu-se. O que se chama de filosofia em muitas universidades, especialmente no Brasil, é a convicção de que não existe realidade nenhuma e tudo é construído pela linguagem. Quem ouse praticar a filosofia no sentido que tinha em Sócrates, Platão e Aristóteles, é marginalizado como reacionário indigno de atenção. A sofística, com o nome de "desconstrucionismo", é o que hoje ostenta nos documentos oficiais o nome da sua velha inimiga, a filosofia.

Atribuindo psicoticamente à fala humana o poder criador do Logos divino, Martin Heidegger, militante nazista aposentado e um dos ídolos do establishment acadêmico, declara: "A linguagem é a morada do ser" – como se o ato de falar existisse fora e acima da realidade, e não dentro dela.

No mesmo espírito, Ernesto Laclau, no livro "Hegemonia e Estratégia Socialista" – talvez a proposta política mais influente nos meios esquerdistas das três últimas décadas – ensina que o partido revolucionário não precisa representar nenhum interesse social objetivo e nenhuma classe existente: pode criar esse interesse e essa classe retroativamente, pela força do discurso e da propaganda. O PT, que surgiu como partido de estudantes e socialites, gabando-se por isso de ser a voz das pessoas mais inteligentes (v. o estudo feito em 2000 pelo cientista político André Singer: http://epoca.globo.com/edic/20000717/brasil3a.htm), criou com dinheiro do governo a classe pobre que o apóia, e passou desde então a ser o partido dos desamparados e analfabetos, condenando os outros partidos como representantes da elite letrada. Na mesma lógica, a "democracia", segundo Laclau, é um "significante vazio", ao qual o partido revolucionário pode atribuir o sentido que bem lhe convenha. O PT designa com esse nome a aliança entre o governo e as massas alimentadas com dinheiro dos impostos, aliança montada em cima da destruição de todos os poderes intermediários, a começar pela mídia. Que essa aliança e essa destruição, historicamente, tenham sido a estratégia essencial de todos os regimes tirânicos do mundo (leiam Bertrand de Jouvenel, "Do Poder: História Natural do seu Crescimento"), é um detalhe irrisório: o "significante vazio" admite todos os conteúdos – com a vantagem adicional de que o eleitorado, ao ouvir a palavra "democracia" nas bocas dos próceres petistas, imagina que se trata de democracia no sentido tradicional do termo, porque não leu Ernesto Laclau e não sabe que eles a usam como palavra-código de duas caras, com um significado esotérico para os iniciados e outro, exotérico, para enganar os trouxas.

Não espanta que os servidores das duas maiores mentiras do século XX – o comunismo e o nazismo – tenham acabado por aderir maciçamente à teoria da onipotência criadora das palavras. Essas ideologias juravam basear-se numa descrição completa e objetiva da realidade, capaz de fundamentar a previsão acertada e científica do curso da História. Quando a História as desmentiu da maneira mais acachapante, os adeptos de ambas as correntes, em vez de penitenciar-se de seus erros e crimes, preferiram redobrar o blefe: apelaram ao desconstrucionismo e proclamaram que a realidade não existia mesmo, que tudo era uma questão do jeito de falar.

Também não espanta que, nessas condições, os inimigos de ontem se tornassem amigos, unidos no mesmo projeto sublime de trocar os fatos por uma ficção verbal eficiente. É por isso que tantos comunistas e socialistas amam de paixão os nazistas Martin Heidegger e Paul de Man. Nada une as pessoas mais apaixonadamente do que um projeto solidário de ludibriar todas as outras.

O Manifesto, por exemplo, declara que "Dilma Rousseff tem sido alvo de campanha difamatória baseada em ilações sobre suas convicções espirituais e na deliberada distorção das posições do atual governo sobre o aborto."

Em que consiste a "campanha difamatória"? Em dizer que a candidata petista defende a liberação do aborto. E a "deliberada distorção das posições do atual governo sobre o aborto"? Consiste em dizer que o governo quer liberar o aborto.

Desde quando publicar verdades bem documentadas é "campanha difamatória"? A lógica dessa rotulação é a mesma que o conhecido "professor e pesquisador de filosofia", João Carlos Quartim de Moraes, seguiu quando se gabou de ter cumprido pena de prisão pelo assassinato do capitão americano Charles Chandler e em seguida saiu posando de difamado ao ver que, iludido por essa declaração, da qual não tinha motivos para duvidar, eu o qualificava de assassino político condenado pela Justiça. Segundo Quartim de Moraes, acreditar em Quartim de Moraes é crime. Mudar de significado no dia seguinte é um dos mais deliciosos privilégios da mentira.

Do mesmo modo, quem assista ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=TdjN9Lk67Io, e ali veja e ouça Dilma Rousseff expressando seu apoio irrestrito à liberação do aborto, se tornará automaticamente um difamador se acreditar que ela disse o que disse.

No mesmo espírito do manifesto, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos jura: "O PNDH-3 não trata da legalização do aborto. Sua redação sobre o tema é: 'Considerar o aborto como tema de saúde pública, com garantia do acesso aos serviços de saúde'."

Todo leitor no pleno uso de suas faculdades mentais compreende imediatamente que "garantir o acesso ao serviço de saúde" é até mais do que legalizar o aborto: é sustentá-lo com dinheiro público. Mas compreender o sentido originário do texto é crime, porque, segundo a escola de pensamento dominante, nenhum texto tem sentido originário nenhum: o que vale é o sentido retroativo que a parte interessada lhe atribui quando vê nisso alguma vantagem. Os signatários do Manifesto foram educados na mentalidade "desconstrucionista" que apaga a realidade e o sentido para lhes substituir a "vontade de poder" (além de Heidegger, eles adoram Nietzsche) e a estratégia da tagarelice onipotente. É compreensível que, nessas condições, desejem ardentemente passar por filósofos, mas, no íntimo, se sintam um pouco inibidos de declarar que o são.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Elles odeiam a livre imprensa

Não dá pra calar um jornal como o Estadão, não é mesmo? É por isso que elles odeiam a imprensa independente. E é por isso que fazem de tudo para subjugá-la via planos nacionais de direitos humanos.

Clique no título abaixo e veja por quê.

JORGE VIANA TENTOU BARRAR INVESTIGAÇÃO

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Jornalismo" petralha

O Blog da Dilma repercutiu nesta quinta-feira a farsa apresentada pelo site oestadodoacre.com, do jornalista Roberto Braña, segundo a qual um eleitor da candidata petista teria sido morto, em Porto Acre, por um simpatizante tucano. O motivo do crime teria sido uma brincadeira com um adesivo da candidata.

A notícia do assassinato de Claudio Pereira Martins, 28, por Valdecir Ferreira Miranda, com um tiro de espingarda calibre 16, foi divulgada pelos jornais locais na quinta-feira, 14, com versão bem diferente daquela. Os jornais apuraram que o autor do crime dizia aos conhecidos que arrumaria um jeito de ir parar na penal, onde o companheiro da ex-mulher de Valdecir cumpre pena por ter espancado até a morte o filho deste.

Apenas oestadodoacre.com vislumbrou um crime político onde estão claros os indícios de que a causa da violência gratuita foi excesso de bebida alcoólica e transtorno emocional.

É que o "jornalismo" petralha dá mais valor à conveniência das versões que ao rigorismo dos fatos.

Nas barras da justiça

Participei hoje pela manhã da segunda e última audiência no Juizado Especial de Pequenas Causas, para onde fui levado por causa de uma postagem no blog. O que era para se configurar uma brincadeira virou processo por danos morais. O jornalista e assessor da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Acre, Roberto Braña, se sentiu ofendido e exige compensação financeira de R$ 10,2 mil.

Ambos fomos ao tribunal sem advogado e defendemos nossos pontos de vista. Caberá agora ao juiz arbitrar se houve ou não dano à "imagem" do coleguinha. A sentença deverá sair em 60 dias.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O que me cansa é a pantomima



O PV do Acre aderiu à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência do Brasil. Beleza. Dias atrás, a notícia foi alardeada como um feito da direção estadual do partido. Os jornais noticiaram o fato como se ele não fosse a mais notória expressão do óbvio. Pendurados nos cabides do poder público há mais de uma década, os verdes não poderiam adotar como medida senão seguir o chefe petista, no caso o governador eleito Tião Viana. Mas entre nós parece não haver muitos jornalistas dispostos a fazer cálculos como esse.

Para mim não há problema em que as coisas sigam seu curso natural. O que me cansa é a pantomima que tenta desmoralizar a inteligência alheia. A minha, por exemplo, se ressente quando meia dúzia já decidiu o que fará e o faz como se a decisão houvesse passado por extenuante e democrática discussão. E ainda saem correndo para contar ao chefe a "novidade".

Não fosse a postagem de hoje no blog do deputado Moisés Diniz (PCdoB), eu teria dado o assunto por encerrado. Segundo ele, o PV do Acre "não lavou as mãos como fez Pilatos". Moisés não apenas empresta um inoportuno caráter religioso à questão (já que de santa ela não tem nada), como também contribui, a sua maneira, com essa pantomima fajuta.

A imagem do post é do site smokingpot.org.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Da série "amiguinhos do Lula" (4)

CRISTINA KIRCHNER DEFENDE NACIONALIZAÇÃO DA IMPRENSA ARGENTINA

Do Estadão online

A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu a nacionalização da imprensa do país em discurso nesta terça-feira, 19. Cristina disse ainda que os meios de comunicação precisam defender os interesses do país e não os estrangeiros.

"Às vezes penso se não seria importante nacionalizar - não estatizar - os meios de comunicação para que adquiram consciência nacional e defendam os interesses do país - não os do governo", disse a presidente em uma inauguração em Mercedes, na província de Buenos Aires, segundo o jornal Clarín.

[...]

A má relação da presidente com a imprensa, que sempre foi tensa, piorou nos últimos meses. Em agosto, Cristina afirmou que pretendia adquirir o controle da Papel Prensa, a principal fabricante de papel jornal do país, da qual o Estado, o grupo Clarín e o La Nación são acionistas.

Íntegra aqui.

Comento
A canalha esquerdista está irmanada pela sanha de calar a imprensa por motivos análogos aos que vivemos neste planetinha desgarrado chamado Acre. É mais fácil perpetuar-se no comando quando jornais viram um bistrô de boas notícias e os jornalistas não passam de lacaios que servem as mesas dos companheiros.

Cristina Kirchner, bem como Hugo Chávez, Fidel Castro e os lulistas, não apreciam o cardápio jornalístico quando ele contém notícias amargas. E como na historinha daquele sujeito ricaço, que por estar metido em roupas de ir à praia foi mal atendido pelo porteiro do restaurante chique, essa gente trata logo de comprar o estabelecimento.

A piada é quando a presidente da Argentina dá a entender que 'nacionalizar' seria diferente de 'estatizar'. É claro que se trata de um embuste, bem ao estilo do que se viu no PNDH-3 (Programa Nacional dos Direitos Humanos dos petralhas) com os tais conselhos que se encarregariam de julgar os "abusos" da imprensa brasileira.

Essa gentalha não deveria ter passado do século 19.

Vox Regis

"É sem vergonha".

Do senador e presidente do PSDB nacional Sérgio Guerra, na Folha Online desta terça-feira, sobre o resultado da pesquisa Vox Populi, que deixou de ser a voz do povo para se transformar na voz do rei ao dar a Dilma Rouseff 51% das intenções de voto contra 39% do tucano José Serra.

É cada uma...

Leio na coluna do meu bom amigo e colega Evandro Cordeiro, da Agência Contilnet, as seguintes notinhas:

Infelicidade
Infeliz será qualquer tentativa de ligar a Frente Popular a (sic) confraria de assassinos de Acrelândia. O cérebro da coligação determinou por toda a campanha que nenhum ato tivesse a chancela do prefeito de lá, o Carlos César, do PSB.

Sem atrelamento
Se procurarem as fotos da campanha, o prefeito de Acrelândia não aparece em nenhum palanque de Tião Viana.

Comento
Não demora e o pessoal da imprensa vai 'descobrir' que o socialista Carlos César, que segundo a polícia é um dos responsáveis pela morte do vereador Pinté, estava era no palanque da oposição. Menos, Evandro, menos...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ótima idéia



A imagem acima, publicada na Folha Online desta segunda-feira, só podia ser coisa do país mais democrático do mundo: papel higiênico com a foto dos candidatos ao parlamento só mesmo nos Estados Unidos.

Ou alguém aí imagina que uma coisa dessa seria possível no país de Fidel Castro, Hugo Chávez ou Marmud Armadinejad? Certamente daria merda...

FHC chama Lula para um cafezinho

Por Marcela Rocha e Filippo Cecilio, do Portal Terra

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez um "convite" ao seu sucessor Luiz Inácio Lula da Silva para tomarem juntos um cafezinho. "Eu quero conversar com ele, cara-a-cara, não pela propaganda eleitoral, mas como líderes responsáveis", afirmou o tucano nesta segunda-feira (18). E completou: "eu reconheço as coisas boas que ele fez. Não precisa negar o que foi feito no passado para se afirmar no presente. É uma visão pequena".

"Ele não me convidou para um café, eu estou o convidando de antemão para tomar um cafezinho. Dizem que eu sou pão-duro, mas Lula nem me chamou para um café", brincou o ex-presidente.

Íntegra aqui.

Comento
Lula, claro, não vai encarar o desafio por inúmeros motivos, muitos dos quais detalhados por Fernando Henrique na reportagem. Mas a principal causa da recusa, na minha opinião, é que o ex-presidente errou na bebida. Se fosse o caso de chamar Lula para tomar uma cachacinha...

Ladeira abaixo

PARA GRUPO DE INDECISOS, SERRA VENCEU DEBATE FOLHA/REDETV!

Da Folha.com

Para um grupo de 27 eleitores convidados a avaliar o debate minuto a minuto a convite da Folha e da RedeTV!, o candidato José Serra (PSDB) teve desempenho melhor que Dilma Rousseff (PT).

No início do programa, os avaliadores se dividiam assim: 23 indecisos, dois dispostos a votar em Serra e outros dois em Dilma.

Ao fim do debate, Serra tinha 14 votos, Dilma contava outros seis, e sete eleitores permaneciam indecisos.

Íntegra aqui.

sábado, 16 de outubro de 2010

Da série "amiguinhos do Lula" (3)

"A Nova Assembleia [venezuelana] só assume no próximo ano. Só assume depois que Dilma assumir o poder no Brasil. Dilma Rousseff. Preciso aprender a pronunciar de forma correta o nome dela, Dilma Rousseff".

Do ditador venezuelano Hugo Chávez, o repressor da livre imprensa, que se pudesse cruzaria a fronteira com o Estado de Roraima para cravar seu voto na companheira.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Pulando do barco

“Não tenho vocação para estar onde não se cumpre compromisso e não se respeitam as pessoas. Não tenho idade para ficar onde estou sobrando”.

Do candidato derrotado ao governo do Ceará, Lúcio Alcântara, em anúncio hoje de que o PR no estado vai apoiar José Serra no segundo turno, agravando a sensação de que o barco petista aponta a quilha na direção do naufrágio eleitoral.

A mensagem de Dilma é a carta do náufrago

Por Augusto Nunes, da revista Veja

Atormentados pela sensação de que estão prestes a perder a eleição, o poder, o emprego e a boa vida, os coordenadores da campanha de Dilma Rousseff perderam quaisquer vestígios de escrúpulos e fizeram a candidata perder de vez a vergonha. Divulgada nesta sexta-feira, a Mensagem da Dilma pede ajuda a um Deus a quem acabou de ser apresentada, renega um Programa Nacional de Direitos Humanos que reproduz fielmente o que sempre defendeu e promete que, se chegar à Presidência, fará o contrário do que pregava até a semana passada.

Confrontado com a prova do crime de estelionato, qualquer dirigente da oposição poderia retrucar com a frase seguinte: “Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos e manipulam a fé e a religião”. Pois é exatamente isso o que aparece no último parágrafo. Entre as obscenidades institucionalizadas pelo governo Lula figura a que transforma o culpado em inocente e lhe concede o direito de acusar as vítimas.

“Espero contar com vocês para deter a sórdida campanha contra mim orquestradas”, choraminga a signatária. “Sórdida campanha” é a coleção de vídeos que mostram Dilma como ela é. Ninguém orquestrou coisa nenhuma: a internet apenas tornou mais conhecidos alguns trechos da partitura da Ópera da Mentira.

A Mensagem da Dilma é a carta do náufrago enfiada na garrafa que flutua sobre ondas crescentemente perturbadoras. Não vai chegar à praia.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Classificados

Amigos, passei o dia às voltas com o meu Fiat Palio 2003. A geringonça tem funcionado dia sim, dia não. O problema é elétrico, e por causa dele tenho ficado na mão - ou melhor, a pé. Daí a improdutividade do dia. Sequer escrevi a coluna desta quinta-feira para o site agazeta.net.

Se alguém souber de um petista que esteja pensando em comprar um carro usado, por favor me avisem. Terei o maior prazer em fechar o negócio.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Queixem-se ao bispo, companheiros!

Os jornais desta quarta-feira, 13, alardeiam que a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, fez voto antiaborto em encontro com evangélicos. O tema tem dominado o noticiário, com os companheiros de cabelo em pé ante a possibilidade de que a coisa agrave ainda mais a guerra santa contra a ex-ministra. Para evitar danos maiores, ela prometeu que, se eleita for, não enviará ao Congresso projeto de lei que autoriza a interrupção da gravidez.

A dezoito dias da eleição, a companheirada fareja a possibilidade de que o tema aborto vire o jogo contra Dilma, que apareceu nas pesquisas desta quarta-feira com sete, oito pontos percentuais de vantagem em relação a Serra. A meta é estancar a sangria de votos.

Segundo matéria veiculada pela Agência Estado, “O PT avalia que subestimou a questão do aborto no primeiro turno e não quer deixar a polêmica crescer”.

Em outubro do ano passado, o deputado federal Henrique Afonso foi expulso do PT por desrespeitar deliberações da sigla pró-aborto. Uma resolução partidária de 2007 faz a "defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público (...)".

De lá para cá, o PT não mudou suas idéias em relação ao tema. Dilma sim, ainda que a postura improvisada seja mera encenação eleitoral. Resta agora ao partido que se mostrou implacável com o deputado Henrique Afonso queixar-se ao bispo contra a tibieza de sua candidata à Presidência.

Marina, beata Marina

"Noto uma forma muito particular de arrogância na fala e no comportamento de Marina — pode até ser a doce arrogância muito própria daqueles que assumem, nem sempre por culpa apenas sua, o lugar da beatitude".

Do jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, em mais um artigo preciso sobre as contradições da candidata derrotada à Presidência da República Marina Silva. Íntegra aqui.

A mentira como meio de vida (3)

Biografia de Dilma na TV é alterada e agora cita 'sólida formação religiosa'

Por Lucas Neves, da Folha Online

A biografia de Dilma Rousseff mostrada em seu programa na TV foi editada para incluir menções à religião.

No programa de domingo passado, reprisado ontem, o locutor apresenta Dilma como "filha da professora Dilma Jane e do imigrante búlgaro Pedro Rousseff, que lhe transmitem uma sólida formação moral e religiosa".

A estrutura é idêntica à do filmete de estreia da petista no horário eleitoral, em 17 de agosto: narração cronológica ilustrada por fotos de família.

Mas naquela ocasião, depois dos nomes dos pais da candidata, não havia referência à religião: "Se casaram em Uberaba e depois mudaram para Belo Horizonte, onde Dilma nasceu".

Continua aqui.

Dilma vira Dilma

Por Valdo Cruz, da Folha Online

Eis que surge, no segundo turno, a Dilma Rousseff mais autêntica. A Dilma que partiu para o ataque direto contra o tucano José Serra, no debate da Band, é mais ela mesma. A outra Dilma, contida, dosando as palavras, treinada à exaustão pelo marketing, era uma versão desacelerada da ex-ministra da Casa Civil, quase um arremedo dela.

A petista não tinha outra saída. Precisava sair da defensiva em que se encontrava. Foi para uma zona de risco, calculada, mas com perigos à frente. Se vencer, poderá dizer que ganhou sendo ela mesma. Se perder, ficará com boa parte da responsabilidade pela derrota.

O fato é que a Dilma produto do marketing cumpriu seu papel. Dentro do roteiro traçado pelo marqueteiro João Santana, a petista deixou de ser uma desconhecida, saiu de quase traço nas pesquisas e terminou o primeiro turno com 47% dos votos. Só que faltou gás no final. Parte do eleitorado, necessária para a vitória, ficou desconfiada. Mudou de lado na reta final. Reconquistar esse grupo, na avaliação da candidata, demanda mais exposição, mais autenticidade, mais dela mesma para gerar confiança.

Entramos, então, no cenário ideal imaginado pelos tucanos desde o início da disputa. Os aliados de José Serra sempre contaram que o estilo de Dilma a derrotaria, deixando exposto seu lado agressivo, assustando o eleitorado. Durante o primeiro turno, isso não aconteceu. Prevaleceu a "Dilminha paz e amor", bem treinada pelo marketing, sem escorregões nos debates. Agora, ninguém sabe exatamente os efeitos da mudança de tática do lado petista.

Daí ser grande a expectativa entre tucanos e petistas a respeito do resultado das próximas pesquisas de intenção de voto. Todos institutos têm programados levantamentos para essa semana. A conferir.

Invictus

Dentro da noite que me rodeia
negra como um poço de lado a lado
eu agradeço aos deuses que existem
pela minha alma indomável

Nas garras cruéis da circunstância
eu não tremo ou me desespero
E sob os duros golpes da sorte
minha cabeça sangra, mas não se curva

Além deste lugar de raiva e choro
paira apenas o horror da sombra.
E ainda assim a ameaça do tempo
vai me encontrar e deve me achar destemido

Não importa se o portão é estreito
não importa o tamanho do castigo.
Eu sou dono do meu destino
eu sou capitão de minha alma

Extraído do filme Invictus, com Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela. O poema é atribuído ao ex-presidente sul-africano, que o teria escrito para suportar os 27 anos de prisão por sua luta contra o apartheid. Imperdível.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Indio brabo

E sem papas na língua. O melhor momento do vídeo é quando Indio da Costa pergunta a Guilherme Leal, dono da Natura, se ele contrataria a sargentona Dilma Rousseff para gerenciar suas empresas.

Al perderte

Ernesto Cardenal

Al perderte yo a ti
Tu y yo hemos perdido:
Yo por que tú eras
Lo que yo más amaba
Y tú por que yo era
El que te amaba más.
Pero de nosotros dos
Tú pierdes más que yo:
Porque yo podré amar otras
Como te amaba,
Pero a ti no te amarán
Como te amaba yo.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A mentira como meio de vida (2)

O ex-governador e senador eleito Jorge Viana (PT) continua a falar pelos cotovelos. Em entrevista ontem (quinta-feira, 7) ao apresentador Jorge Said, da TV Rio Branco,o nosso pequeno príncipe demonstrou que continua fiel ao manual leninista de como se deve tratar os adversários políticos: "Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é", ensinava o guru bolchevique.

Maior animador da campanha da companheira Dilma Rousseff no Acre, Viana instava os adversários a descerem do palanque, já que um deles (Marcio Bittar) fora à TV dizer que é candidato a prefeito de Rio Branco. A hora, repisou nosso Napoleão de jardim, é de "trabalhar pelo Acre". Não entendo como alguém que em duas décadas de vida pública não fez outra coisa além de se esfalfar pelos acreanos tenha consiguido amealhar a fortuna declarada de 2,3 milhões de reais.

A entrevista teve muitas outras bravatas e tentativas de logro. O pior deles foi quando o palanqueiro petista disse que os eleitores terão a oportunidade de escolher entre um porta-voz das elites e uma representante do povo. E que o Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, vive às expensas de primos pobres como o Acre.

Não reputo desinformado o Sr. Jorge Viana. Resta-me a opção de tachá-lo de embusteiro.

É cada uma

Entro numa casa lotérica do Bosque e observo o aviso que diz: “Proibido o uso de capacete neste local”. Ora, trata-se de uma tentativa ingênua de coibir os assaltos, como se a interdição ao disfarce pudesse conter a delinquência. Sugiro mensagem mais direta, ainda que não menos inócua:

“Não é permitido roubar neste estabelecimento”.

Leia mais aqui.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Marina "Traíra" Silva

Da Folha Online

O "Blog da Dilma", feito por militantes do PT e que se define como "o maior portal da Dilma Rousseff na internet", postou na véspera da eleição um texto com ataques a Marina Silva.

O arrependimento veio rápido e o texto saiu do ar tão logo a candidata do PV, com 20 milhões de votos, passou a ser assediada para dar o seu apoio aos dois candidatos que disputam o segundo turno das eleições.

O post, com o título "Marina Silva, a traíra", a chamava de "ecochata", e afirmava que sua candidatura era uma vingança contra Dilma e Lula. O texto ainda dizia que Marina não tem "conhecimento" e "caráter" para governar o Brasil.

Íntegra aqui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O timoneiro do Titanic petista acha que não merece ser enforcado

O governador Binho Marques não quer ser lembrado pelos companheiros como o timoneiro do Titanic petista. No domingo de eleição, após reuniões em que atordoados petralhas tentavam achar explicação para o fenômeno do desaparecimento dos votos da Frente Popular, Binho era, junto com Edvaldo Magalhães, Raimundo Angelim, Jorge e Tião Viana, a expressão do desalento.

Ontem, na coletiva à imprensa dada pelo governador eleito Tião Viana, Binho atalhou uma questão sobre a derrota dos irmãos Viana na capital. O governador saiu-se com a tese de que o desempenho do seu governo não explica o vexame, uma vez que 79% dos acreanos lhe aprovam o governo. Não vou chafurdar na internet atrás desses números, mas lembro que o índice foi inflacionado pelas respostas dos que consideram a administração “regular”. E se não me engano, sem a turma que considera o atual governo “mais ou menos”, a aprovação de sua gestão era de 49%, entre ótima e boa.

Binho disse ao jornalista responsável pelo questionamento que qualquer avaliação no momento seria precipitada e que a relação “entre as duas coisas [desempenho administrativo e votos] é impossível”. Sua resposta, longe de ser esclarecedora, demonstra apenas a perplexidade dos que, encantados com o poder há mais de uma década, acabaram por acreditar que a triste realidade acreana se satisfaria ad eternum com simples demãos de cal.

Discípulas aplicadas

"É evidente que há um receio com relação ao desgaste eleitoral inevitável. Não há o desejo de aprofundar investigações, para que não se revele fatos que podem comprometer ainda mais a imagem do governo".

Do senador tucano Álvaro Dias, na Folha Online desta quarta-feira, reagindo à manobra governista para evitar depoimento de Dilma Rousseff e Erenice Guerra na CCJ do Senado, já que ambas estão enroladas com negócios escusos na Casa Civil, onde foram ministras e, ao que parece, discípulas aplicadas do companheiro Zé Dirceu.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A mentira como meio de vida

Marina desmente PT e nega que aceitou conversa sobre apoio

Da Folha Online

A senadora Marina Silva (PV-AC) divulgou nota para desmentir declaração do presidente do PT, José Eduardo Dutra, de que aceitou se reunir para discutir o apoio a Dilma Rousseff no segundo turno.

Segundo Marina, o presidente do PT ligou para dizer que gostaria de iniciar as conversas sobre o apoio. Ela afirma ter agradecido o telefonema e que irá discutir os próximos dias com o partido e com "parcelas da sociedade civil" sobre o apoio.

A senadora disse a Dilma Rousseff (PT) e a José Serra (PSDB) que sua candidatura foi maior que o próprio PV.

"Você sabe que sou uma mulher de processo", afirmou a ex-candidata.

De acordo com a nota, o PV fará uma convenção nacional para decidir a questão.

Nesta terça-feira, Dutra afirmou que Marina Silva já aceitou se reunir com a campanha de Dilma Rousseff para discutir o apoio.

Íntegra aqui.

Comento
Que os petralhas são mentirosos contumazes, todos já sabemos. A questão, portanto, é saber se Marina Silva já deixou de ser uma petralha contumaz.

Eles amam os impostos



Lula protagonizou na Bovespa dia desses a maior oferta de ações da Petrobras na história do país. A empresa arrecadou mais de R$ 120 bilhões com a oferta pública. A descoberta do pré-sal justifica tanto otimismo, sempre muito conveniente em época eleitoral.

Mas eis que na manhã desta terça-feira sou apanhado de surpresa na bomba de combustível. A Petrobras majorou em 16 centavos o valor do litro da gasolina, que de R$ 2,89 (preço no posto em que sempre abasteço) saltou para R$ 3,05. O pior de tudo é que esse aumento terá um efeito cascata.

As perguntas que faço são simples: se o pré-sal pode render votos para a Dilma e maiores investimentos à Petrobras, via captação na bolsa de valores, por que diabos o governo aumenta o preço da gasolina? E se o país é autosuficiente na produção de petróleo, por que o combustível é tão caro?

A resposta me parece óbvia: a gasolina e outros derivados do petróleo nos custam os olhos da cara pela incidência de tantos impostos sobre eles. E a gula dos petralhas por tributos não tem limites.

Quanto mais imposto se paga neste país, melhor a vida dos que encontraram na política o único meio de ascensão social.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

domingo, 3 de outubro de 2010

Foi apenas um sonho

Sonhei contigo esta noite. Que te beijava os lábios, sentindo-te o perfume dos longos cabelos. Sonhei que te mostrava histórias na internet, satisfeito em te ter ao meu lado como outrora. E no sonho eu era feliz, porque não me pesava sobre os ombros essa solidão grotesca e pontual, que me vem visitar todas as noites com olhos irônicos.

Acordei com os primeiros raios de luz deste domingo cinza e frio, sentindo uma estranha necessidade de falar da antítese dos homens bem sucedidos, sempre prontos a transformar sonhos em realidade. Pois fui autor da alquimia mais absurda: transmutei a realidade num mero sonho que se esvai ao amanhecer.