domingo, 31 de janeiro de 2010

A mulher-dama e o vagabundo

Duas notícias pitorescas circularam neste final de semana nos dois maiores jornais de São Paulo. A Folha publicou ontem (sábado) que o governo federal mandaria esta semana à Venezuela “uma missão técnica de alto nível” para ajudar a sanar a crise energética que ameaça o horizonte dos que vivem sob a ditadura chavista (aqui). E o Estadão deste domingo informa que Hugo Chávez criará um fundo no valor de 1 bilhão de dólares para debelar o problema.

E onde está o aspecto pitoresco da questão? Na incoerência de um governo possuir tantos dólares para investir num único setor e ao mesmo tempo carecer de mão-de-obra especializada.

Mas assim é no socialismo – os ditadores concentram a renda sob a desculpa de que precisam distribuí-la de forma equânime e passam a usá-la somente para ampliar o próprio poder. Isso inclui, entre outros absurdos, subornar a parcela venal da imprensa e arruinar a outra parte que não se dobra.

O estatismo de Hugo Chávez tem gerado muitos e enormes problemas ao povo venezuelano, entre eles o desemprego, o desabastecimento de produtos, a queda do PIB, a concentração da renda, a explosão da violência nas maiores cidades e, claro, a perseguição a pessoas e veículos de comunicação que não rezam na cartilha do bolivarianismo.

Chávez seria apenas cômico se o seu governo não fosse a maior tragédia na história política da Venezuela. E o mais surpreendente nisso tudo é que o Brasil de Lula se esforça para fazer o papel de mulher-dama desse vagabundo.

2 comentários:

  1. Não entendi bem... Os técnicos brasileiros, "de alto nível", os mesmos que costumam deixar o Brasil às escuras, vão à Venezuela ensinar como lidar com a "crise enérgética" de lá? Isso é piada?

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  2. Só pode ser Jorjão. Como diz o Zé Simão, da Folha: Este é o país da piada pronta.

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