terça-feira, 27 de julho de 2010

Folga

Tirei "férias" do blog e nem avisei aos leitores. Mas a partir desta semana deverei regularizar as postagens. Abraço a todos que continuam a me visitar aqui.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Da série "Amiguinhos do Lula"

Cuba impede blogueira Yoani Sánchez de viajar ao Brasil

DA EFE

A jornalista e blogueira cubana Yoani Sánchez contou em seu perfil no site "Twitter" que não conseguiu permissão das autoridades cubanas para viajar ao Brasil e assistir à estreia de um documentário que denuncia a censura em Cuba.

Sánchez devia viajar à cidade de Jequié, 360 quilômetros de Salvador, onde nesta sexta-feira estreará o documentário "Conexão Cuba Honduras", do ativista brasileiro Dado Galvão, que retrata a história de vários blogueiros cubanos e hondurenhos perseguidos pela censura em seus países.

"Tenho poucas esperanças de que possa chegar a tempo ao festival de documentários filmes na Bahia", reconheceu Sánchez no "Twitter", onde nas últimas semanas relatou o processo para conseguir sua permissão de viagem.

Íntegra aqui.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Nanismo intelectual

Escriba de um jornal local publicou, sem assinar, as duas notinhas que seguem. Comento ao final.

Falta de assunto
Na falta do que falar e escrever, alguns jornalistas ficam perdendo tempo em cima da declaração de bens de alguns candidatos. Como se com o passar do tempo, com os ótimos salários que os políticos recebem, não pudessem melhorar de vida, comprar uma boa casa, um carro do ano, etc. Que crime há em melhorar de vida nessa situação?

Falta de assunto II
Se esses comentários tivessem alguma sustentação legal, uma razão de ser, vá lá. Mas falar e escrever só de birra, não vale. Se for inveja, a coluna aconselha que se candidatem e (e se elejam) a deputado, governador, senador, sei lá. E mais: que apresentem, depois de alguns anos, o mesmo patrimônio inicial.

Voltei

Pelo que me consta, esse assunto é tema de matérias e opiniões em todas as partes do Globo onde reina a democracia. Tratar dele dessa forma é revelar um nanismo intelectual de dar dó. O jornalismo acreano tem seus pigmeus, cujo delírio consiste em se acharem gigantes da profissão. E haja baboseira nas bancas...

sábado, 17 de julho de 2010

Os rios de Marina

“É possível ganhar uma eleição sem rios de dinheiro.”

Senadora Marina Silva ao G1, esquecendo que sua campanha à Presidência da República custará 90 milhões de reais e fingindo não saber que os companheiros do Acre nadam em igarapés de dinheiro a cada dois anos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Tontinha da floresta

Marina diz que PT e PSDB ficaram reféns de aliados
Candidata do PV à Presidência criticou modo de governar de adversários.
Marina voltou a dizer que quer governar 'com os melhores' do PT e PSDB.


Do G1. Comento em seguida.

A senadora Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República rejeitou, nesta quinta-feira (15), a ideia de que teria dificuldades para governar, caso eleita, por não fazer parte de uma grande coligação e por seu partido não ter maioria no Congresso. “As maiorias podem ser construídas a partir da diversidade”, disse, durante sabatina promovida pela Record News e pelo portal R7.

A candidata afirmou que fez uma opção “programática” e que é possível fazer um “alinhamento” com outros partidos na composição dos ministérios. “Quero governar com os melhores do PT e do PSDB”, disse, para, em seguida, criticar a forma de governar dos dois partidos. A senadora afirmou que o PT ficou refém de “parte do fisiologismo do PMDB” e o PSDB, dos Democratas.

Marina ponderou que não estava generalizando e citou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a quem chamou de “um grande conselheiro”, como alguém que admira no partido. Ela defendeu a “otimização da boa política” e rejeitou a distribuição de cargos. “O meu governo não precisa ser em troca de cargos. Tem pessoas que votam e se mobilizam sem ser por isso”, disse.

Íntegra aqui.

Comento
Engraçado como a senadora Marina Silva tem um discurso como candidata à Presidência da República e atitudes bem diferentes como integrante da Frente Popular do Acre. Ou alguém ouviu dela, uma vezinha sequer, que o PT estaria virando refém de gente como Narciso Mendes, Osmir Lima, Ronivon Santiago, Orleir Cameli, José Bestene? Não, a senadora nunca reclamou da cooptação de adversários outrora apontados como responsáveis pelas mazelas do Estado. E vejam que os figurões que citei não são meros figurantes na cena política do Acre, mas acumulam cargos, influência e dinheiro nas administrações petistas.

A senadora Marina Silva, entendo, anda - desesperadamente - atrás de votos. E como todo político dado a proselitismos, ela não se acanha em pregar à platéia um moralismo em desacordo com sua atuação nas terras de Galvez. Tudo em nome de uns pontinhos a mais nas pesquisas.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

MARINA, O COMBATE À POBREZA E O DNA: UM DISCURSO TORTO

Por Reinaldo Azevedo

A candidata do PV, Marina Silva, está, entendo, perdendo a mão na disputa. E insiste num procedimento que, parece, não está dando muito certo. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida:

“Quando se tem um compromisso visceral com o combate à pobreza, como tem o presidente Lula e como eu tenho, você não precisa ficar lutando pela maternidade ou paternidade. O compromisso com o combate à pobreza é algo que se tem no DNA. É por isso que eu não faço essa concorrência”.

Marina está se referindo ao Bolsa Família, programa originalmente criado por FHC e rebatizado por Lula. No governo tucano, ele chegava a cinco milhões de famílias. Lula dobrou esse número. O tucano José Serra afirma que é possível estendê-lo a 27 milhões.

Marina saiu-se com esta tese um tanto estranha: o combate à pobreza seria matéria de DNA. É claro que ela não se refere ao conceito biológico. Tenta falar de DNA político, quiçá ligado à classe social do homem público. Se for assim, nesse particular, ela própria e Serra, ambos muito pobres na infância, estão empatados. A única que vem de família muito abastada é Dilma Rousseff. Mas Marina, como se nota, estende um olhar lânguido para Lula, tentando colar-se à trajetória do presidente: ela e ele seriam os únicos com legitimidade para combater a pobreza… Aí não dá, né?

Ser rico não é pecado. Deve até ser coisa muito boa. Ser pobre não confere atestado de ética a ninguém. Pobre ou rico, o que interessa é o compromisso da figura pública. Marina deveria ser mais cuidadosa. Caso se decida fazer a média da riqueza das chapas à Presidência, a sua é, ATENÇÃO!, algumas centenas de vezes mais rica do que as outras. O bilionário Guilherme Leal eleva a média às alturas. Por acaso, isso muda o seu “DNA”?

E que se note: Leal é preservado de análises mais ácidas porque sua empresa, a Natura, construiu um marketing poderoso na defesa da “natureza”, e ele é muito bem-visto pelo pensamento politicamente correto. Um outro empresário qualquer que caísse de pára-quedas no processo político, e logo como candidato a vice-presidente da República, já teria levado umas boas esfoladas. A primeira e óbvia pauta seria esta: quantos processos trabalhistas tem a empresa?; existe alguma pendência com a Previdência?; deve alguma coisa à Justiça?; nunca foi acusada de incorreção ambiental?

Não estou fazendo um convite à investigação ou tentando pautar os outros. Esse tipo de “jornalismo investigativo” até me dá certa preguiça. Investigo idéias. Só estou evidenciando que as pautas não caem da árvore da vida; elas são orientadas segundo, também, afinidades eletivas.

Mas volto ao ponto: acho que Marina, para o bem de sua causa principal, o meio ambiente, e de sua postulação do momento, a Presidência, precisa parar de se comportar apenas como ombudsman dos outros ou como alguém que tivesse chegado a um entendimento superior da vida, ainda não alcançado pelos oponentes.

Política, um grande negócio

Na tarde desta quarta-feira, 7, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgou a declaração de bens dos candidatos ao governo e ao Senado. O mais rico de todos é o ex-governador Jorge Viana. Ele declarou possuir patrimônio avaliado em 2,32 milhões de reais. Não é pouco para quem tem se dedicado, quase que exclusivamente, à vida pública.

Nas mãos de Jorge Viana, a política é mesmo um grande negócio. E lembremos que não obstante o patrimônio invejável, o ex-governador é agraciado com pensão vitalícia de 23 mil reais por mês. O dinheiro que lhe sobra na bolsa faz falta no dia a dia da ralé. Assim é a vida no melhor lugar da Amazônia para se viver.

Demais candidatos

Tião Bocalom - R$ 534 mil

Sérgio Petecão - R$ 287.719

João Correia - R$ 332.707

Tião Viana - R$ 551.098,50

César Messias - R$ 1,43 milhão

Edvaldo Magalhães - R$ 544.391

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A praça é do povo?







Diz o poema que a praça é do povo. Mas o povo, ao que parece, anda meio esquecido pelo poder público. As imagens aí acima são da praça do Juventus. Elas revelam que na terra da florestania sobram bravata e muita propaganda. Falta-nos um pouco mais de vergonha na cara.

"Foi Deus que nos deu/ esse lugar..." Argh!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Debate que rende

Cidadãos ou "cidadões"? Em post abaixo condenei esta última forma, utilizada pelo prefeito Raimundo Angelim em discurso, e pela assessoria de imprensa da prefeitura de Rio Branco no site da instituição. Bolo no forno, a massa cresceu. Armou-se um debate entre três leitores do blog. De um lado o jornalista Josafá Bastista, favorável à flexão "cidadões". Do outro, Cleomilton Filho e Karapovski, tão avessos à ela quanto eu.

O debate vai ficando melhor a cada dia. As partes não se rendem, e a questão extrapolou a gramática. Nesse meio tempo, segundo Josafá, os çábios do alcaide Angelim desfizeram a incorreção. Menos pior para o blog, que vai provando alguma utilidade.

Destaco aqui a resposta de Cleomilton Filho ao meu colega Josafá. E queria contestar os argumentos deste último por ele recorrer ao conceito da Linguística para defender incorreções perpetradas por escribas de quinta categoria. A disciplina é "o estudo científico da linguagem verbal humana", e por isso admite as formas coloquiais. Mas isso nada tem a ver com a escrita, que continua a se reger por regras bem definidas e necessárias, como afirma aí abaixo o Cleomilton Filho.

Vamos então à excelente resposta que ele deu ao Josafá.

"Caro Josafá,

Já entendemos que, segundo sua colocação, a forma “cidadões” é usada desde o século XV, ok. Mas, por favor, não misture as coisas, não somos tolos.

Um leitor mais desatento é facilmente envolvido por suas digressões.

Possivelmente o uso constante e maciço de uma palavra poderá modificá-la. Foi o que aconteceu com os exemplos que você deu. Caso muito diferente dos estrangeirismos, que você citou, que foram incorporados ao português. Primeiro, porque se percebe hoje uma verdadeira resistência em se “aportuguesar” estas palavras de origem estrangeira, o “black-out”, o “soutien”, o “shopping”, o “jeans”, a “internet”, o “marketing”, o “réveillon”, o “design”, o “shampoo”, e mais uma infinidade de palavras que eu poderia ficar aqui citando, continuam sendo grafadas em suas formas originais. Aí, sim, é possível se observar que uma língua é rica e viva: pela capacidade que ela tem de se atualizar e tornar-se, cada vez mais, global e aberta.

Os argumentos do Josafá são piores do que o do “purista” Aldo Rebelo (PCdoB), pois defendem a inserção de palavras sabidamente incorretas ao português, sob o ardiloso fundamento esquerdista do “caráter social da transformação gramatical...” e toda essa retórica vazia. O que há de mais deplorável nos marxistas é que eles vêem marxismo em qualquer coisa, o conflito de poderes está presente em tudo, o opressor (normas gramaticais formais) e o oprimido “coitadinho/vítima” (o indivíduo que não fala ou escreve corretamente). É a visão do materialismo dialético aplicável erga omnes e ad eternum em qualquer ramo do conhecimento.

O certo é que “cidadões” ainda não é reconhecido pela norma culta. Se o Houaiss considera tal grafia correta, pratica uma exceção única. Tratando-se de gramática, jamais devemos nos guiar por exceções, mas pelo que é pacificamente entendido pela maioria dos linguistas e especialistas, isto é, pelo plural “cidadãos”. Não é o caso de discutir as “relações de poder” e o blábláblá advindos dessa discussão. Esse relativismo me incomoda sobremaneira.

O certo é que sempre precisaremos de normas, sejam elas de cunho gramatical ou social, e isso não é simplesmente o resultado da imposição do “forte” ao “fraco”, mas sim o pressuposto para a harmonia, convivência e uniformização – três fatores indispensáveis à coexistência de indivíduos numa sociedade.
Incontestável é que quem escreve e fala corretamente leu bastante. E se leu muito, tem conhecimento de causa sobre o assunto que se propõe a discutir.

Infelizmente, a correição gramatical é inexistente, por exemplo, em blogs como o da UJS de Cruzeiro do Sul ou no discurso de muitos pares do Josafá - “construtores sociais” da utópica realidade socialista “futura”. Por isso acredito que ele se doeu tanto com os “cidadões” companheiros.

Quem escreve ou fala errado não lê, e quem não lê, convenhamos, não sabe muita coisa além das experiências práticas de sua vivência. Se, como Josafá afirmou, “cidadões” é utilizado desde o séc. XV e até hoje não foi absorvido pela norma culta da língua pátria, nem soa comum à grande parte da sociedade bem educada, parece-me que não é preciso fazer muito esforço pra concluir que é uma grafia indevida.

Um veículo de comunicação oficial tem obrigação de escrever corretamente, atentando-se à boa escrita, às regras gramaticais e à comunicação clara e objetiva. “Cidadões” é imperdoável.

Eu não concordo com 110% do que o Josafá fala e defende, no entanto, respeito-o por ele ser um cara diferenciado ao buscar fundamentar seus posicionamentos (das formas mais esdrúxulas, é verdade), diferente de todos os marxistas que conheço, os quais têm somente um conhecimento superficial de quase tudo. Não obstante, os fundamentos para seus argumentos são completamente equivocados e frágeis".