quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Retrato da desfaçatez

Fidel Castro reapareceu, e para minha tristeza, não ainda como a grande assombração do regime caduco que impera em Cuba desde 1959. Em um encontro com intelectuais cubanos e estrangeiros, ele apelou para que o grupo "salve" a espécie humana. Do ex-ditador do Egito Hosni Mubarak, disse tratar-se de um grande estrategista “para esconder dinheiro enquanto 80% dos egípcios vivem na pobreza”.

Que o povo cubano vive na miséria todos sabemos. Mas se em Cuba nunca se escondeu dinheiro público, não seria pelo caráter incorruptível dos membros do Partido – mas porque as riquezas deixaram de existir num regime solapado pelas ideias retógradas dos que conduzem uma máquina repressiva destinada a moer adversários.

Fidel citou Hosni Mubarak por ironia, como se quisesse estabelecer diferenças de método entre os que alcançam o poder e são longevos, e os que se eternizam nele. Mas a diferença crucial entre um e outro é que nas ruas cubanas não há turbas de egípcios a tumultuar a vida das múmias comunistas.

O pior de tudo é que Fidel Castro deu agora para apelar à necessidade de salvação da humanidade. É como se um sujeito que pôs fogo na própria casa, com a mulher e os filhos dentro, passasse a fazer discurso contra a piromania de Nero.

E ainda tem gente que cultua esse celerado.

4 comentários:

  1. NAO SE ENGANE ESTE ICONE DO MODELO PETISTA GOVERNAR ENCANTA DESDE O LULA A JORGE VIANA, ELES QUEREM FICAR NO PODER POR 50 ANOS COMO FIDEL
    SE PUDESSEM TOMAVAM O PAIS E IMPLANTAVAM UMA DITADURA A "LA CUBA"
    ESSE POVO E PODRE, ERAM CONTRA A ROUBALHEIRA E HOJE FAZEM PIOR

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  2. Quando Fidel morrer, a liberdade dará um sorrisinho resignado.

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  3. Muito me admira Fidel o MAL-LAVADO, falando do SUJO - Mubarak (deposto graças a lucidez do povo), a única coisa que o socialimso consegue produzir é repetição de ignorância e miséria, Castro em Cuba e Niemeyer no Brasil ambos já sofrendo das mazelas da senilidade progressiva e ainda achando isso de ser comunista a última bolacha do pacote, ninguém merece... Se eu tiver a bênção de envelhecer, quero ser um Saramago, que mesmo no final da vida teve bagos de romper c/ Castro e seus inúmeros paredões de fuzilamento, só não muda de ideia (ruim) quem não as tem, não é mesmo?!

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  4. Concordo, Nielsen, mas só acho que Saramago rompeu um pouco tarde com essa ideologia repugante e seus feitos catastróficos. A ele, inclusive literariamente, prefiro Mario vargas Lhosa, cujo rompimento definitivo com a esquerda se deu há muitos anos. Prova de Lhosa é mais sensato que o colega português. Abraço.

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