sábado, 30 de janeiro de 2010

MST, CPT e PQP

A coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou ontem uma nota contra a “espetacularização” da Justiça ao expor militantes do MST à execração pública. Ela se refere à prisão, na terça-feira, de membros do movimento por participação na invasão da fazenda Cutrale, em 25 de setembro de 2009.

A CPT é uma entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A condenação que a entidade faz à prisão dos sem-terra está eivada de subjetivismo ideológico e mostra como isso interfere no modo de alguém enxergar a realidade.

Na nota, a entidade faz um paralelo entre a prisão de nove membros do MST, entre eles o líder Miguel Serpa, e o resultado da operação Satiagraha, quando a Polícia Federal prendeu 17 pessoas, entre elas o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas, e o ex-prefeito Celso Pitta.

Naquela ocasião, lembra a CPT, houve imediata reação do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, que condenou a operação da PF e mobilizou seus pares para votar o impedimento do uso abusivo de algemas. Com base nesses fatos, a CPT censura a exposição pública dos membros do MST no momento da prisão e afirma que a “cultura jurídica interpretativa dos fatos e das leis”, no Brasil, impõe tratamentos distintos a ricos e pobres.

Fatos e versões às vezes se misturam. E é aqui que entra o tal subjetivismo ideológico a que me referi lá atrás. A CPT considera um prejuízo de R$ 1,3 milhão causado pelos sem-terra na fazenda Cutrale como “a destruição de alguns pés de laranja”. E por quê? Porque acha que ante a roubalheira de milhões protagonizada pela elite, o banditismo do MST é coisa de quem não tem o que comer.

A CPT também ignora (ou pelo menos finge ignorar) que um dos presos, Miguel Serpa, recebeu mais de R$ 220 mil em repasses do Incra e celebrou outros convênios na casa dos milhões de reais sem que o dinheiro tivesse chegado aos assentados, como mostrou ontem o Jornal Nacional.

Tratar os acontecimentos dessa forma é, infelizmente, inviabilizar-se para o debate honesto. E como me refiro a uma entidade ligada à igreja, quero crer que essa desonestidade é fruto da ignorância - um mal bem menor que o logro e a mentira.

A nota divulgada pela CPT termina desejando que um dia sejamos todos realmente iguais perante a lei, como afirma a Constituição Federal.

Nesse dia, Lula não poderá mais dizer que Sarney não é uma pessoa comum.

2 comentários:

  1. Madrugando, né?
    Ark. A CNBB, CPT nomeio, é engraçada. Na notas e declaraçõs que deu sobre o famigerado PNDH do Governo, só cuidou de homossexuais e do aborto. Não fez defesa da libserdade de imprensa nem do direito à propriedade, ambos atacados pelo dito Programa. Alguns de seus membros ainda sonham com um socialismo cubano. Contraditório, pois esses caras matam os adultos que lhe são contrários, imagine fetos indesejáveis.

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  2. Acho que o primeiro erro no caso da Cutrale é que as terras "não eram improdutivas", pois, tinham milhares de pés de laranja plantados nela. O MST é uma indústria. Uma indústria da violência e do desrespeito. É apoiada moralmente e economicamente pelo governo Lula. Duvido que se o INCRA pegasse todos esses baderneiros do MST e desse para eles terras nos confins da Amazônia eles viessem pra cá "fazer a sua vida". A Igreja Católica deveria ocupar-se do que seja o dever dela. Pregar a Palavra de Deus, evangelizar, cuidar das pessoas carentes e necessitadas e deixar de meter o bedelho em política, o mesmo serve para as demais denominações. A política no Brasil é uma merda, mas, fede mais quando misturada com religião.

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