sábado, 6 de fevereiro de 2010

Batismo de fogo

Entrei numa redação de jornal aos 17 anos de idade. Lá se vão, portanto, duas décadas de dedicação ao ofício de escrever. Foram rolos de críticas e alguns acanhados elogios. Fazer o quê, se essa é a natureza da minha verve?

Apesar da língua solta e ferina, nunca antes tinha sido convocado a um tribunal para justificar ataques à honra de quem quer que seja. Hoje, porém, fui surpreendido pela notícia de que o jornalista Roberto Braña, assessor do presidente da Assembléia Legislativa, Edvaldo Magalhães (PCdoB), representou contra mim no Juizado Especial. Os fatos estão narrados na coluna Bom Dia, do jornal A Tribuna deste sábado.

Leiamos as informações abaixo. Voltarei em seguida.


Branã x Archibaldo

Um comentário do jornalista Archibaldo Antunes no blogue Contraponto (http://acrebaldo.blogspot.com) sobre a viagem em férias do também jornalista João Roberto Braãna levou este ontem cedo à sede dos Juizados Cíveis, onde representou contra Archibaldo. A audiência está marcada para o dia 17 de março. Branã quer ser indenizado por danos morais.

O cara de Caras

O título aí abre o comentário de Archibaldo sobre a viagem de Braña, que diz: “Jornalista Roberto Braña voltou ao batente após longa temporada na Europa em companhia da esposa. Braña é assessor parlamentar da presidência da Assembléia Legislativa do Acre. Fotos da viagem foram publicadas em seu blog, que ficou a cara da revista Caras. Diz o ditado que quem tem boca vai a Roma. Já quem tem uma boquinha pode viajar por toda a Europa.”

Castigo por tabela

Enquanto o assessor Branã buscava ontem indenização na Justiça, dois empresários do meio de comunicação aguardaram por longas horas a presença dele na Aleac, conforme combinado. Além de enfrentar intensa chuva, impropérios de funcionários da saúde, a dupla de empresários ainda levou tremendo chá de cadeira e saiu com mãos vazias apesar do reconhecido esforço do deputado Elson Santiago de resolver o problema, diante da ausência indesejada do funcionário. Na saída do prédio, ao comentar o assunto com alguns manifestantes, um dos empresários ouviu atentamente alguém sussurrar baixo: “Todo poder é temporário, jamais será eterno.”


Voltei. Braña me proporciona um "batismo de fogo". Na quinta-feira, ao nos encontrarmos na Assembléia Legislativa, ele deixou claro que está pagando a viagem internacional em parcelas de R$ 850 mensais. Sua implicância maior foi com o termo "boquinha", que jura se referir a "algo ilícito". Não é o caso.

Detesto explicar o óbvio, mas como a raiva lhe cegou o discernimento, fugirei à regra e tentarei ser o mais didático possível: "boquinha", meu caro Braña, é a vantagem concedida a quem entra na administração pública pela janela, sem prestar concurso e com salário de bacana.

Agora deu pra entender?

4 comentários:

  1. Salve, Archi. Seja bem vindo à confraria...Eu também alimento um bloguinho famélico chamado
    Canibal Visual. Dê uma mordidinha assim que tiveres um tempinho.
    Abraços e parabéns pelo blog.
    Danilo de S'Acre

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  2. Meu caro Archibaldo,

    O indivíduo faz um périplo pela Europa às expensas do cidadão comum e ainda sente ferido em sua honra,quando nós,os patrocinadores forçados de tal mordomia, somos informados.Seria hilário se não configurasse arrogãncia.

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  3. Ta certo o cara.
    Ta mamando!?
    Vai pra Europa.
    Viva o Comunismo!!!

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  4. Rapaz, este caso é sério! Não sei não, mas, acho que isso "já" é algum tipo de represália por você, Archibaldo, ter tido o "atrevimento" de fazer este blog. É a velha mordaça! O próximo passo será mexer alguns pauzinhos pra você perder o emprego. É a velha ditadura (civil) travestida de democracia impingida aos acreanos.

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