Por Antonio Stélio
Como profissional de imprensa tenho acompanhado a política do nosso Estado ao longo de quase três décadas e, confesso que, como a maioria da população, tenho me decepcionado bastante com o filme político que se repete ano a ano. Raros são os bons exemplos que nos brindam essa classe tão vilipendiada na boca do povo.
Um gesto nobre, um exemplo de desprendimento, uma postura coerente e ética no exercício de um mandato e uma visão política séria em relação ao desenvolvimento do Acre, numa só pessoa - pensava eu - jamais veria. Mas vi.
Estou falando do senador Geraldinho Mesquita. Em pleno exercício do mandato, Geraldinho deu um grande exemplo de compromisso e de amor pelo Acre ao, simplesmente, abrir mão de disputar a reeleição em prol daquilo que conseguiu de ser mais próximo de uma união das oposições.
Esse gesto de grandeza não é pouco, pelo contrário, é raríssimo na classe política. A mim, com certeza, não me surpreendeu. Geraldinho eu conheço de tempos idos. Ele é o velho Barão sem tirar nem por. E, não é por outra coisa que vem exercendo o mandato de senador com amor.
Seu ato de renúncia vislumbra a possibilidade de um melhor desempenho das oposições nas urnas, o que para ele é fundamental implantar no Acre uma de suas principais bandeiras políticas: o fomento da produção agrícola, para que o nosso Estado saia da condição de dependente no que considera essencial para o povo: comida na mesa.
Aliás, seu mandato é marcado por essa e outras defesas no uso da tribuna do Senado Federal. Geraldinho é o parlamentar acreano que mais utiliza a voz, que mais atua e, sem dúvida, o que melhor aproveita a Gráfica da instituição, onde ditou dezenas de títulos, distribuindo livros para a juventude estudantil.
No Senado, inclusive, atua como aliado do grupo ético juntamente com o senador Pedro Simon, Cristóvan Buarque, Mão Santa, entre outros. Por isso, o respeito que adquiriu e que, claro, é extensivo ao Acre, já que tais senadores estenderam esse carinho ao nosso Estado. O resultado dessa postura de Geraldinho, como não poderia deixar de ser, é somente uma: respeito.
Ao abrir mão de postular sua reeleição, contudo, Geraldinho não abandona a política e continua lutando por sua ideias. Ele fez com que o PMDB do Acre, por unanimidade, optasse por apoiar o tucano José Serra para presidente da República. Geraldinho vai participar da campanha apoiando os candidatos da oposição ao Senado e ao Governo, tanto no primeiro como no segundo turno.
E não pára por ai: ele não vai abrir mão de lutar pelo processo de independência econômica do Estado através de políticas de industrialização, de modernização da agricultura e, claro, de participação democrática dos cidadãos nas esferas de poder. Forjado na luta contra a ditadura, Geraldinho nunca deixará de ser um militante, ou “um animal político”, como ele mesmo se define.
Sua decisão de abrir do parlamento o tira da cena parlamentar, mas não o tira da política. Pelo exemplo, com certeza, fica na história.
*Antonio Stelio é jornalista.
Fala sério,o Geraldinho não se elegeria nem para sindico de prédio do Manoel Julião. O senador mostrou que é mesmo uma nulidade. O Acre ganhou.
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