Por Kennedy Alencar, na Folha Online
Mais do que frear o clima de "já ganhou" que se instalava no PT e no governo, o resultado da pesquisa Datafolha tira poder do presidente Lula numa hora de decisões importantes para as pré-candidaturas de Dilma Rousseff e de José Serra.
Nesta nova fase da eleição, quando os dois candidatos vão sair de seus cargos, ganha importância a formação das alianças políticas. O Datafolha mostrou recuperação de Serra exatamente um mês após uma pesquisa ruim para o tucano feita pelo mesmo instituto.
No final de fevereiro, Dilma encostou em Serra. No fim de março, Serra voltou a crescer, e Dilma estacionou.
O primeiro efeito é dar uma injeção de ânimo a uma pré-candidatura quase clandestina, assumida apenas nos bastidores pelo governador de São Paulo. Agora, Serra tem nove pontos de diferença sobre Dilma no Datafolha (36% a 27%). Não é uma vantagem confortável, mas é a vantagem necessária para o momento.
Havia muita preocupação no PSDB em relação ao clima da cerimônia de 10 de abril em Brasília para Serra se lançar como candidato. Tinha tucano esperando a divulgação de pesquisa com Dilma na frente.
O resultado não será suficiente para que o PMDB reveja o plano de apoiar Dilma. Mas dará a alas serristas do peemedebismo mais discurso contra o grupo governista. Também redundará numa perda de poder do PT e de Lula para tentar impor ao PMDB o nome do candidato a vice de Dilma.
O Datafolha fura, por ora, "a bolha Henrique Meirelles". Filiado ao PMDB, o presidente do BC terá de decidir se deixa o cargo para ser candidato a senador ou a governador no Estado de Goiás. O sonho de vice de Dilma ficou mais distante.
A pesquisa vitaminará conversas de Serra para fechar uma aliança oficial com o PTB de Roberto Jefferson e seduzir parcelas do PP. Isso sem falar no aumento da pressão para que Aécio Neves, governador de Minas, forme a chapa pura com Serra, criando mais um fato positivo para a candidatura da oposição.
Em certo sentido, a pesquisa é positiva para Dilma do ponto de vista estratégico. Melhor tomar uma ducha de água fria agora. Ajuda a agir com mais realismo e menos arrogância, sobretudo da parte do presidente Lula, o maior incentivador de um prematuro e arriscado clima de "já ganhou".
Para Serra, a pesquisa é mais do que positiva. O resultado do Datafolha veio no momento em que ele mais precisava mostrar força perante o mundo político. Inteligente, preparado, duro na queda, parece, aos olhos de hoje, um adversário difícil de ser batido.
Kennedy Alencar, 42 anos, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília.
Mesmo antes de saber da pesquisa do Datafolha, meu lema já era o seguinte:
ResponderExcluirNunca votei no CARA nem votarei na COROA"
Quem te viu,quem te vê...Nada como uma pesquisa após a outra,com o Serra no meio pra atrapalhar a PeTralhada.
ResponderExcluirOlha o comentário do Kennedy Alencar depois da pesquisa do IBOPE:
"Creio que, hoje, podemos dizer que o favoritismo tende a ser de Dilma e não de um nome da oposição, apesar de o governador de São Paulo, José Serra, ainda aparecer com líder. Em pesquisa, é mais importante a tendência, o movimento."
Agora,olha a rasgação de seda com o Serra...
"Para Serra, a pesquisa é mais do que positiva. O resultado do Datafolha veio no momento em que ele mais precisava mostrar força perante o mundo político. Inteligente, preparado, duro na queda, parece, aos olhos de hoje, um adversário difícil de ser batido".
Essa pesquisa é tudo que o APEDEUTA não pediu a Deus.Que balde de água fria!O silicone da boneca começou a vazar.Silicone quando vaza,a prótese precisa ser retirada!!!!!!!!
Dei muitas risadas lendo nos portais de notícias,o resultado do DATAFOLHA.Não me veio outra,senão relembrar o colunista Ibrahim,e suas frases impagáveis.
ResponderExcluir"Olho vivo, porque cavalo não desce escada.Ademã, que eu vou em frente".(Ibrahim Sued)