Os médicos do sistema público de saúde do Acre ameaçam fazer da greve um instrumento de tarapia intensiva contra o descaso do governo. Em assembléia na noite de ontem, eles decidiram fazer uma paralisação no dia 23. Trata-se de um aviso da categoria de que as negociações em torno da pretensão de reajuste salarial precisam ir adiante.
Mesmo com o aviso de que isso poderia acontecer, feito pelo deputado Donald Fernandes (PSDB), na semana passada, não houve da parte do governo interesse em adiantar-se à decisão e evitar o pior. Segundo o tucano, os médicos cansaram de ser enrolados pela comissão encarregada da negociação. Daqui por diante, ao que tudo indica, o remédio será amargo.
O site agazeta.net publicou nesta quarta-feira matéria da repórter Nayanne Santana sobre a decisão da classe médica. Nayanne ouviu Osvaldo Leal por telefone, já que o secretário se encontra em Brasília.
Antes de prosseguirmos, é preciso dizer também que o jornal A Tribuna de hoje publicou texto, assinado por Gilberto Lobo, sobre a situação do Centro de Nefrologia. O repórter entrevistou, na terça, uma funcionária da Saúde segundo a qual o governo não comprou máquinas novas de hemodiálise, e fez a inauguração do novo Centro de Nefrologia com o equipamento antigo. A fonte foi além, ao sustentar que a sessão de nefrologia foi suspensa para que o governo pudesse inaugurar o estelionato.
Leal ao próprio estilo, o secretário de Saúde está na Capital Federal enquanto tudo isso acontece. Não é a primeira vez que ele se ausenta enquanto o circo corre o risco de pegar fogo.
Ao final do governo Binho Marques, Osvaldo Leal terá enriquecido o próprio currículo, a conta bancária e a experiência como turista.
Em troca terá nos deixado a certeza de que bons médicos podem ser péssimos gestores.
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