sábado, 13 de março de 2010

Um Granma de democracia

O senador Tião Viana (PT) reuniu no final da manhã deste sábado repórteres fotográficos e cinesgrafistas acreanos no Pinheiro Palace Hotel. A boca livre tem justificativa menos prosaica que a candidatura certa de Tião ao cargo mais importante da esfera estadual. O senador não gosta de ficar "feio na foto", e em época recente, ao ver estampada em diário local uma imagem desabonadora de sua beleza apolínea, tratou de ligar ao dono se queixando do descuido profissional.

Aliás, um dos temas abordados pelo petista em discurso feito aos profissionais da imagem foi a anterior contrariedade com que se deparava com matérias e fotografias publicadas na imprensa. O tempo, porém, lhe aplacou tal aborrecimento. "Gosto da democracia", teria dito o senador, para quem os diários locais tratam os assuntos políticos da aldeia com a imparcialidade exigida pela variedade de opiniões.

Ideologicamente, Tião Viana está alinhado com os democratas Chávez e Fidel. Lá em Cuba, por exemplo, o jornal de maior tiragem, o Granma, é uma publicação oficial do Estado. O diário se dedica a publicar, entre outros assuntos, os discursos de Fidel Castro, os anúncios oficiais do governo e notícias sobre o desenvolvimento cubano - algo bem parecido com o que se passa no Acre, não é mesmo?

Mas o que mais deve encantar o senador petista é que o Granma, em quase 45 anos de existência, nunca publicou uma fotografia que pudesse irritar o jefe.

5 comentários:

  1. Estética.

    Acho que o cuidado do senador com a imagem é bom, pois se o Deputado Flaviano Melo que é inclusive dono de jornal A Gazeta, tomasse esse cuidado não sairia tão feio e monstruoso nas fotos do jornal de sua propriedade.

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  2. Arquibaldo, o Granma - a grafia é esta - não pertence a Fidel, mas ao Estado... como a nossa Rádio Difusora, por exemplo. Mesmo assim é uma péssima comparação, porque lá a administração do jornal não é nomeada pelo governo, mas por conselhos populares que inclusive têm poder administrativo e funções políticas superiores à do presidente (na verdade, não é bem um "presidente", mas um representante deste mesmo conselho).
    Além disso, o Granma não é o único jornal cubano. Há dezenas, talvez centenas, de outros jornais na Ilha e todos pertencem ao povo, assim como revistas e periódicos, em Havana e no interior, além de muitas, muitas rádios e todas comunitárias.
    Se estiver incrédulo, faça uma busca no Google por "jornais de Cuba" e confira os vários jornais. Também se quiser conferir o conteúdo editorial, tenho algumas edições do Granma e de outros jornais, além de revistas. Os cadernos abrangem vários assuntos, inclusive política, e a falta de críticas ao "governo" se dá pelo fato de que este é o próprio povo. O problema é que, como se trata de outro modelo político, os jornais não precisam fingir-se de críticos para disputar as fatias do dinheiro público, ou para eleger os seus apadrinhados, como acontece por aqui, às custas da tal "isenção jornalística". Abraços.

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  3. Josafá, agradeço a correção do nome. Quanto a ser o único jornal de Cuba, acho que você entendeu o que eu quis dizer. Para os curiosos sobre mais notícias sobre o Granma, é só acessar http://veja.abril.com.br/090909/ate-que-enfim-serviram-para-algo-p-098.shtml.

    Abraço.

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  4. Señor.Antunes,

    Sin lugar a dudas,el Señor Batista está correcto en su información,cuando sostiene que en Cuba hay otros períodicos.Sí,es correcto,hay varios períodicos,pero el DIARIO GRANMA,es el ÓRGANO OFICIAL DEL COMITÉ CENTRAL DEL PARTIDO COMUNISTA DE CUBA,lo que resulta ser de pleno control de la família Castro.Su información está correcta,Sr.Antunes,porque en ningún momento usted mencionó que el GRANMA es el unico periodico cubano,pero que está a servicio del oficialismo.El Sr.Batista se ha equivocado al hacer la interpretación de lo que ha leído aquí.

    Saludos.

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  5. Ué... se o Granma é o órgão oficial do Partido Comunista - o que de modo algum é incoerente com o que eu escrevi - então vocês estão reclamando do que? Queriam que a linha editorial de um jornal partidário fosse como?

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