“O ano de 2009, (sic) foi um ano em que a violência em todo país cresceu, sobretudo o roubo a mão armada e aqui no Acre não foi diferente”, disparou o redator adestrado da Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp). A redação claudicante consta de uma resposta dada pela Sesp ao deputado Donald Fernandes (PSDB), que requereu os dados da criminalidade galopante. Ao invés daqueles, o parlamentar recebeu uma nota técnica com algumas justificativas e quase nenhuma informação.
Não é a primeira vez que o tucano solicita informações públicas e em troca lhe dão platitudes. Foi assim quando quis averiguar pagamentos supostamente irregulares a membros da Procuradoria Geral do Estado. Parece que será novamente assim quanto ao pedido sobre os gastos com aposentadorias de ex-governadores, essa excrescência inconstitucional ressuscitada no governo de Jorge Viana.
Viramos um grande feudo dos petralhas. Informações públicas já não são de domínio público, senão quando interessam ao delírio esquizofrênico dos que prometem transformar o Acre numa Finlândia brasileira – não obstante os índices sociais em níveis africanos. Por aqui, tudo que é ruim dorme nas gavetas.
Não satisfeitos em escamotear a realidade, os autores do documento enviado ao deputado Donald exageraram nas referências às ações do governo, penetraram no caminho pantanoso da sociologia criminal e desembocaram nas obviedades de sempre. Cito uma: o agravamento da criminalidade é resultado do aumento do tráfico de drogas e “da expansão de sua comercialização em decorrência do baixo custo do entorpecente”. Evidente, não é mesmo?
Diz ainda a nota da Sesp que, diferente de outros estados, aqui o que “impulsiona a prática de crimes contra a vida são os fatores passionais”.
No Acre, até o amor ficou perigoso.
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