A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) quer enfiar no Código de Trânsito Brasileiro a convenção existente em Brasília segundo a qual os motoristas param o veículo todas as vezes que um pedestre, diante de uma faixa, estende o braço a frente do corpo. A idéia seria ótima se não fosse inútil.
Explico por quê.
Leis existem para regular o comportamento social, não é verdade? O comportamento exemplar dos condutores de veículos da Capital Federal foi determinado, ao longo de muitos anos, graças a campanhas educacionais intensas e pesadas punições impostas aos infratores. Dizem até que estas últimas tiveram eficácia muito maior que as primeiras.
O gesto que faz os motoristas brasilienses frearem o carro não estaria regulado pela ação de causa e efeito não houvesse, subjacente a ele, a consciência necessária para isso. O que determina que os motoristas pisem no freio ante um pedestre com o braço estendido não é o gesto em si, mas o grau de civilidade daqueles.
Esse grau foi atingido pela imposição das regras de trânsito entre as quais não consta o gesto do braço estendido. Este passou a ser uma mera convenção. E essa convenção não terá efeito onde não houver o substrato necessário à sua validação.
A deputada Perpétua Almeida, com toda sua experiência parlamentar, deveria saber que já temos leis demais no País. O que nos falta é colocar em prática as já existentes.
Com certeza mais uma coisa inútil... Existe uma regrinha básica que se fosse obedecida por pedestres e motoristas, nosso transito seria ótimo. Pedestre cuidado com a bicicleta, bicicleta cuidado com a moto, moto cuidado com o carro, carro cuidado com o caminhão, onibus e etc., caminhão cuidado com o trem. Isso é mera retórica para colocar na mente das pessoas que temos que nos cuidar do que é maior que a gente. O pedestre não tem medo de nada é um super-homem, e se joga na frente dos veículos, os motoristas são uns idiotas que pensam que o mundo é só deles, desse jeito não dá. Eu sempre obedeci a "regrinha básica" e, em quase quarenta anos de carteira me envolvi em dois acidentes de trânsito, um eu fui culpado o outro não. Será que preciso mudar isso?
ResponderExcluirSou candango e, após décadas vivendo no Acre, estou de volta à Brasília. Entre vindas e retornos esporádicos, acompanhei de perto algo que se transformou em mais um orgulho da Brasília que hora completa 50 anos (sou mais velho que ela)e pude constatar o óbvio: a mudança de hábitos, a quebra de paradigmas só ocorre mesmo com EDUCAÇÂO. E foi isso o que aconteceu. Educação no trânsito, sistemática, permanente, no esprírito do "água mole em pedra dura...". Hoje os brasilienses se orgulham de serem os únicos motoristas do país que atendem, expontaneamente,a um aceno de mão de um pedestre (desde que na faixa reservada a ele, pois, não fosse assim o trânsito não fluiria). Senão vejamos: a Lei Maria da Penha está aí e representa um enorme avanço jurírico e de prorteção à mulher. Mas, afinal, quais resultados substanciais ela trouxe? - As agressões continuam, em que pese as punições previstas. Em resumo, só a conscientização e a visão cidadã será capaz de mudar hábitos e, repito, quebrar paradigmas.
ResponderExcluireu queria uma resposta mais clara
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